2006-06-29
A crise em Timor
Nuno Antunes foi consultor jurídico de Alkatiri, tendo participado nas negociações sobre os recursos do mar de Timor. Certamente, uma pessoa bem informada sobre esta questão do petróleo e das relações de desconfiança da Austrália para com Alkatiri. Como já o dissemos aqui, o petróleo é o motor de toda a movimentação para o afastamento de Alkatiri e do desmembramento da Fretilin. Esta entrevista é só mais uma prova disso e da visão de Alkatiri sobre as condições que ele queria criar para o desenvolvimento de Timor, designadamente, neste caso, em termos de infraestruturas básicas.
Esta entrevista tem ainda 5 outras perguntas, não disponíveis on line, que trata das ligações de Mari Alkatiri com outros países que o DN intitula: Ligações do Primeiro Ministro assustavam Camberra e Jacarta.
As "nossas" crises não são suficientemente importantes?
Isto não é pergunta, é apenas um desabafo!
Claro que sim.
Quanto ao sítio, é tão ou mais credível como outros. São opiniões e há que as respeitar, penso eu de que.
Quanto ao comment do luikki está no seu direito. Este blog prima por toda a gente poder dizer o que bem entende. É uma opinião que respeito, mas tmbém acho que devo ser respeitado. Nisto, estou de acordo com o bart simpson. E se a nossa falta de credibilidade é assim tamanha tem sempre a saída de não se incomodar com isso...
Quanto ao comentário do netwalker, sobre a imotância das "nossas" Crises, temos vindo a falar delas até com registos bem diferenciados. Mais plural é dificil.
e, quanto à pata portuguesa?
não querem pronunciar-se?
por falta de informação?
ou por falta de objectividade?
Mari Alkatiri, um dirigente democraticamente eleito mas deposto por um golpe de Estado, o político que, segundo Ana Gomes, “uma grande amiga do povo de Timor”, o «povo - por justas e injustas razões – odeia» (muitos referendos esta senhora deputada – a da “quota feminista” - deve fazer pela socapa sem que nós e os timorenses disso se apercebam), o homem que caiu em desgraça quando tentou colocar, nos negócios do petróleo, os interesses de Timor acima dos interessas da Austrália, da Indonésia e de Portugal (lembram-se das vozes que gritaram “ingratidão” quando a Galp não venceu o primeiro concurso de concessão de exploração?), acrescido ao crime gravíssimo de professar religião diferente numa parte de ilha que o Vaticano pretende que seja fortaleza católica num arquipélago islâmico, demonstrou que, pesem embora pecados e erros possíveis e mais que prováveis, foi e é o único político timorense visível com sentido de dignidade de Estado, capaz da humildade de abdicar para que o mal maior, a guerra civil, não queime o que ainda sobra de Timor Leste.
Xanana, o balhelhas prisioneiro político da esposa australiana; Ramos Horta, o cínico maior do oportunismo todo-o-terreno; os bispos e padrecas da cruzada das sotainas nos mares das Índias Orientais; a deputada intervencionista incapaz de conter os excessos verbais a mandar “SMS” no uso de um telemóvel incontinente; Cavaco Silva, o que reiteradamente ofende uma nação soberana ao referir-se-lhe como “território”; Sócrates e António Costa, os cow-boys rápidos a puxarem pela GNR do cinturão do mando com tiques neo-coloniais; todos podem ganhar, com a Indonésia ou com a Austrália; todos podem gabar-se de ter ajudado a deitar abaixo Mari Alkatiri e a Fretilin; todos podem gritar, ufanos, que ajudaram a que mandassem os interesses em vez da legitimidade e da força do voto; mas nunca chegarão aos calcanhares do Vencido, à bainha da sua dignidade. Da mesma forma que a memória política de Kissinger merece muito desprezo necessário para se poder honrar a memória de Allende. Continuam a haver homens grandes na forma como são derrotados ou se deixam derrotar. Honra, pois, a Mari Alkatiri. E que Timor o mereça. Se for sem ele, que dele se aproveite o exemplo.
João Tunes
Mas posso desabafar à mesma, Timor tornou-se um Lamaçal e a Pata Portuguesa está mais suja que a dum Porco na Possilga!
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