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2006-06-12

 

Sob o fogo da CAP

O ministro Jaime Silva está sob o fogo da CAP e tudo indica vai continuar, a não ser que ceda e, neste caso, para mal da agricultura portuguesa. Há que fazer rupturas, embora com custos políticos, quando essas rupturas vão no caminho certo.

Não apreciei a referência de Cavaco Silva na feira de Santarém a esta contenda. Achei-a infeliz porque dá a entender que a contenda é entre o ministro e os agricultores deste país, o que para mim é colocar mal a questão, porque embora não dispondo de informação da representavidade das organizações de agricultores, a CAP não é a única representante nem assegura uma representação maioritária. Era talvez a que acedia a montantes de fundos mais elevados. Mas isso é outro assunto.

Jaime Silva, pelo que li na entrevista ao Expresso, quer mudar o rumo da Agricultura, preconiza mudanças na política agrícola e, por conseguinte, reorientações do investimento e, neste contexto, novas práticas na aplicação dos fundos comunitários.
Jaime Silva apontou sectores prioritários, como por exemplo o vinho e o azeite e referiu outros sem qualquer viabildade como os cereaiss de sequeiro, que não justificam os milhões de euros que se gastam com essa cultura. Uma posição assim tão clara não é usual ouvir-se de um ministro. Erguer a competitividade agrícola como a nova base das orientações a seguir é um bom indício de que algo pretende mudar. É um bom empurrão na subsídio dependência.

É esta nova orientação que lhe está a trazer a contestação, porque uma política agrícola selectiva vai limitar o acesso de alguns aos milhares ou mesmo milhões de euros que até aqui, por norma, recebiam.


Comments:
Aqui está um artigo oportuno e esclarecedor. Quem não acompanhe de perto a política ou, no caso, a política agrícola, pode achar muito pertinente e "imparcial" a crítica de Cavaco Silva à situação de impasse entre a CAP e o
ministro da Agricultura. Cavaco sugere que o ministro e a CAP cedam e se encontrem a meio caminho, ou por aí. Na realidade está a sugerir que não se acabe com uma situação anti-económica e injusta socialmente, não se acabe com o mal, acabe-se quando muito com metade do mal.
Desejo que o Governo não caia nessa mas se fosse uma aposta apostaria que vai ceder.
 
Erguer a competitividade agrícola a objetivo principal é apenas compreender a tendência geral do mundo, a médio prazo. De facto, encaminhamo-nos para o fim dos subsídios à agricultura, situação na qual só poderão sobreviver as produções que forem competitivas.

Não tenho a certeza que Jaime Silva mereça o apoio que lhe é dado neste post. Parece claro que efetivamente o Estado foi desonesto no corte de alguns subsídios, com os quais se tinha comprometido, aos agricultores. Parece que o Estado não se comportou como pessoa de bem.

Quanto à CAP, é e sempre foi a expressão política dos latifundiários alentejanos. Os quais são os maiores beneficiários dos subsídios à agricultura. É pois normal que seja ela a principal contestatária a Jaime Silva.

Luís Lavoura
 
do ponto de vista meramente estratégico Jaime Silva tem razão. Mas a CAP tem a sua razão quando aponta a falta de palavra quando ao pagamento das chamadas ajudas agroambientais... E é precisamente aqui que se reside o cerne da contestação...
 
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