2006-07-13
A parábola da Carteira Profissional
A fazer fé nas notícias de hoje, Maria João Avillez, (ver, p.ex. aqui) vai perder a titularidade de jornalista (é-lhe retirada a carteira profissional) “(…) devendo o título ficar retido pelo menos enquanto durar a campanha publicitária do Banco Privado Português na revista Única do Expresso (…)”.
O seu advogado, José Miguel Júdice, já deu parecer. Segundo ele, não há nenhum atropelo deontológico que justifique a entrega da carteira, visto que a «crónica» de Maria João é utilizada na confecção da peça publicitária, mas não tem, ela própria, uma natureza publicitária.
Defende o causídico a sua cliente, com denodo e topete. Não faz mais que o seu dever... de advogado, já que o jornalismo, para Júdice, pode ter sido coisa do passado.
Porém, a resistência da sua constituinte em explicar como é que a sua crónica foi associada ao espaço promocional do Expresso, parece menos curial...
A jornalista é responsável por um programa da SIC-Notícias denominado “Outras Conversas”. Vale a pena rever alguns. No último, Belmiro e Paulo Azevedo, foram mimados com perguntas macias e louvores derreados. Perguntar, é o mínimo que se deve fazer numa entrevista. Elogiar os entrevistados, apoiando as suas estratégias empresariais e políticas, passa ao lado do profissionalismo básico.
Dado que José Sócrates foi chamado à colação por diversas vezes na entrevista à família Azevedo, aguardo, com curiosidade, para ver o espaço que a família Azevedo tomará na entrevista que Maria João fez ao 1º Ministro e Secretário Geral do PS. Passa às 21 Horas na SIC-Notícias.
A não perder.
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