2006-07-26
A reforma de Manuel Alegre
O tema é quente. O sistema das reformas está em mudança, diga-se, criando descontentamentos e também indiciando muitas injustiças, sobretudo quanto ao tempo contributivo. Haverá gente que tendo começado muito cedo a trabalhar, se não houver correcções de propostas terá de trabalhar acima de 45 anos antes de se poder reformar sem penalidades. Dirão, são poucos os casos. Que sejam, mas é sempre muito injusto.
Aprecio a TSF, acho que é uma boa rádio, mas com as suas másculas de vez em quando. Apanhei o debate a meio como quase sempre e durante algum tempo não estava a perceber tão grande alarido.
É evidente que esta situação, sendo legal, pode colocar interpretações éticas e gerar discordância. Concedo. Mas foi isso o que aconteceu e é uma regra muito generalizada.
É, no entanto, uma situação muito diferente e distanciada do que acontecia (e acontece?) no BP e CGD que, pelo facto de trabalharem algum tempo nos orgãos de gestão, adquirem o direito a chorudas reformas, muito mais elevadas que esta de Manuel Alegre (veja-se caso de Campos e Cunha que, aos 49 anos, obteve uma reforma, com 6 anos de Administração, mais 10 mil euros/mês ).
São todos estes regimes especiais, sem lógica ética e cívica, que levam as pessoas comuns a se indignarem e revoltarem. E o direito À indignação, embora por vezes, mal orientado, não deixa de ser um direito básico que nos assiste.
A regras para as reformas não são iguais para todos. A TSF pode ter embandeirado em arco mas convenhamos que no meio de tanto escândalo - nos sectores público e privado incluindo a vaca sagrada do Banco de Portugal - Manuel Alegre apanhou porque merecia. Não basta apregoar princípios de ética. É preciso praticá-los.
Teresa
Isto acontece porque vivemos num país de invejosos, em que só os políticos devem ter ética..
(não sou político)
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