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2006-07-14

 

Zidane e o Médio Oriente

Imagine-se que em resposta à cabeçada de Zidane, entrava no relvado um esquadrão de tifosi para vingar Materazzi e fuzilava Zidane e mais cinco ou seis jogadores da equipa francesa.
É esta a proporção da resposta de Israel ao rapto de dois soldados israelitas com a invasão do Líbano. Bombardeamento da capital, destruição do aeroporto, destruição de pontes e estradas, isolamento do país, fim ao turismo, destruição da economia e o que adiante se verá.
Há quem diga que pediram autorização prévia a Bush. Outros acham tola a suposição. Que a autorização está dada em geral e dispensa pormenores.

Comments:
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Inteiramente de acordo. A seguir (se à hora em que escrevemos não o fizeram já!) vão, ao atirarem-se à Síria, fazer sair os iranianos da «toca». Vai ser um dos lances mais perigosos naquela região. Se os iranianos entrarem na guerra, os EUA apoiarão Israel. Se fosse combinado, não sairia melhor. Condy e o Vaticano aconselham contenção. Mas a jogada parece-me clara de mais. Bush explicará no G8 que não poderia esperar mais tempo pela lentidão dos expedientes diplomáticos. O programa nuclear do Irão tem de ser travado de qualquer maneira. Ou seja: desta maneira.
Maus dias!
 
Uma outra perspectiva, ao arrepio das redundâncias de MC, mas, curiosamente, coincidente no fim, pode ser lida n' O Insurgente, aqui . Não como ter as múltiplas perspectivas se queremos manter as ideias vivas.

; )

Carlos Soutelo
 
Provavelmente, o objetivo de Israel é económico. O Líbano é um país com grande potencial de crescimento, tem uma população muito empreendedora, e estava a atrair muito investimento estrangeiro. Isso faria sombra a Israel. Israel quer provavelmente, através destes ataques, para os quais o rapto dos soldados é apenas uma desculpa, atrasar ou evitar o desenvolvimento económico do Líbano.

Luís Lavoura
 
Realmente há quem perca a cabeça por pouca coisa, mas esta comparação parece-me algo inadequada.
Depois, existe um historial de cabeçadas e vinganças que devem ser valorizadas, jogos geo-estratégicos em que os inimigos, por vezes, são cumplíces, e coisas assim que baralham um pouco.
Certo, certo, é a população libanesa não ser tida, nem achada, por nenhuma das partes em confronto.
 
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