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2006-08-23

 

Bruscamente, neste Verão!...



Carlos Sousa, quando ainda era Presidente da Câmara de Setúbal


Por razões de carácter privado que não foram explicitadas até agora, o PCP retirou a confiança política a Carlos Sousa, Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, levando-o à renúncia do mandato.
É lamentável que um dos autarcas mais preocupados com a participação dos munícipes na gestão municipal, atento às mudanças e disposto a arriscar inovações que fizeram história, saia deste modo, no decurso do seu segundo mandato à frente da Câmara de Setúbal.
Dificilmente se compreenderá que, após a confiança expressa pelo eleitorado nas últimas eleições autárquicas, o jogo partidário imponha decisões que frustram o voto dos eleitores.
Dado o seu entendimento acerca do carácter predominantemente partidário do exercício do cargo, Carlos Sousa deixou claro que a iniciativa não partiu dele próprio. Terá sido o “colectivo partidário” a pedir-lhe que se retirasse.
Obrigar deste modo os munícipes setubalenses a desperdiçar a inteligência e o talento de um dos melhores autarcas portugueses, não augura melhores dias.

Um abraço para o Carlos Sousa.
E boa sorte.

Comments:
"Dificilmente se compreenderá que, após a confiança expressa pelo eleitorado nas últimas eleições autárquicas, o jogo partidário imponha decisões que frustram o voto dos eleitores."
O eleitorado não é "Burro" e sabem que se o Partido tomou medidas é porque eram necessárias.(más ou boas, são discutiveis, mas é o Partido que assume o risco).
Em Portugal estamos habituados a "ouvir" o Alberto João Jardim e os PSDs a assobiar como se nada fosse com eles. É melhor continuar assim para bem da confiança do eleitorado Laranja, não é?!
Neste assunto não subscrevo a opinião do Manuel.
Abraço
 
É um jogo de claro oportunismo político do PCP e de resolução de alguns problemas internos.
Face às "reformas" legais mas imorais dos 60 trabalhadores camarários, com o apoio do PC pois todos os seus vereadores na Câmara as votaram, incluindo a agora Presidente, o PC percebeu que tinha o Carlos Sousa "encurralado".
Usando um certo maquiavelismo "bem falante ou melhor bem dançante - estamos a avaliar o trabalho" adopta uma postura salomónica com a saída de Aranha Figueiredo em simunltâneo. Este primeiro problema resolvido, há um segundo - evitar a todo o custo elições - tentar que o tribunal administrativo leve em conta estas "mudanças" e aí vai ter um jeitinho do PS.É isto o PC, que em nada é diferente dos outros. Respeito pelos Munícipes? Eleições? O PC nunca as defendeu com sentido profundo. Apenas teve de ser.
 
"Face às "reformas" legais mas imorais dos 60 trabalhadores camarários" Anónimo dixit

Pouco legal e muito imoral é a forma como o governo pretende fazer despedimentos encapotados através do quadro de supra-numerários.

"evitar a todo o custo elições" Anónimo dixit

Não vi que na altura, quem agora reclama por eleições, se preocupasse com a legitimidade política na substituição de Sampaio por João Soares na CM Lisboa. E em tantos outros casos semelhantes que ocorrem em diversas autarquias.
 
_______________________________

A entrevista que Carlos Sousa dá ao PÙBLICO, (hoje), fornece o quadro completo do que para mim está em questão.
10 meses depois de sufragado, ( o PCP/CDU não costuma fazer balanços de mandato com tal brevidade…) o desempenho do Presidente dificilmente apresentará novidades relativamente à totalidade do mandato anterior (cerca de 48 meses) em que o PCP/CDU governou com maioria absoluta.

O que ressalta do conjunto é que a quota-parte de legitimidade democrática que advém dos resultados eleitorais é entendida como exclusivamente endossada à força política. O visado tb o entende desse modo. Apenas “ousou” manter em público que não esteve nem está de acordo com a solução adoptada. Para quem conhece o meio e a pessoa, convenhamos que foi tão longe quanto poderia ir, querendo manter intacto o vínculo partidário.

Recordo que sempre que se estudar as experiências inovadoras em matéria de participação democrática e envolvimento dos munícipes na preparação dos planos de actividades e nos orçamentos autárquicos, surgirá o nome de Carlos Sousa. Participante activo no Fórum Social Mundial (espírito de Portalegre), testou no município em que foi vereador e presidente, muitos procedimentos que, vá-se lá saber porquê não foram vistos com interesse em muitos outros municípios.

Despedi-lo desta forma brutal e expedita era a última coisa que me ocorreria que lhe pudesse ser feita. Mas porque foi feita, dá-me tb a ideia que o lastro desumano e conservador que foi necessário para a coisa ter sido decidida e tratada como foi, não pára de se expandir e subverter o ideal que as pessoas como ex-presidente da Câmara de Setúbal acalentam.

Obrigado ao Netwalker, ao José Manuel e ao Anónimo, pelos comentários.
 
o anónimo acima vem agradecer as palavras eloquentes do José Manuel acerca do seu comentário, dizendo apenas que deduziu duas coisas "indeduzíveis": será que pensa mesmo que a substituição de Sampaio por João soares se coloca ao mesmo nível desta? Tudo Ok, parece. Segundo insinuou que o anónimo poderá ser conotado com o PS. Aí a dedução falha a 100%.
 
Carlos Sousa é militante do PCP desde Junho de 1975 e é considerado um homem de diálogo e consensos. Em 2002 subscreveu um abaixo assinado pela defesa do debate interno no PCP. Desde então é conotado com a ala renovadora comunista.

Os de Setúbal, do PCP, são de linha ortodoxa, fizeram-lhe a folha, está claro!
 
Ao xôr josé manuel:
Encontra alguma semelhança na substituição de Jorge Sampaio por João Soares na CM Lisboa?
Eu não!
 
Neste caso, também não acompanho a opinião do Manuel Correia.
É verdade que ainda não se conhece a razão fundamental que levou o partido do ex-autarca a pedir a sua demissão da Câmara Municipal. Porém não concordo com aquilo que me parece um exagero: apresentar o autarca-demissionário como um exemplo de inovação em matéria de participação democrática - ainda por cima com o envolvimento dos muinicipes na preparação dos planos de actividades e no orçamento da autarquia.
Realmente, ao longo destes últimos anos tentou-se passar essa imagem que contrasta com a verdade; até porque uma mentira lá porque é muitas vezes repetida não pode passar a tornar-se uma verdade.
Pois não se poderá levar a sério aquilo a que se tentou chamar de "municipio participado" quando literalmente o que se passou, em quase cinco anos, foi, nada mais nada menos, uma meia duzia de reuniões que davam pelo nome de "descentralizadas" realizadas fora dos Paços do Concelho, por exemplo, nas colectividades para onde eram transportados os cadeirões da Câmara Municipal e depois tudo acabava numa almoçarada entre os autarcas da maioria, neste ou naquele restaurante do concelho.
Também não poderemos dar credibilidade a umas reuniões, cujo tema e datas eram definidos unilateralmente pelo presidente, das quais nunca saiu qualquer conclusão ou mediada a tomar. Nesta pseudo-participação não havia lugar a opiniões divergentes. Os trabalhadores da autarquia e os restantes municipes sabiam-no bem.
Naquelas bandas nunca se conhecera um autarca tão centralizador, tão despesista, tão autoritário e tão populista.
- Na primeira metade do primeiro mandato o então presidente assinou um despacho em que retirou todos os pelouros a todos os eleitos da sua bancada.
- Desde o primeiro mandato que os restantes membros da sua lista estavam impedidos de falar à comunicação social.
- E desde o primeiro momento que se notou grande leviandade na aprovação de projectos de construção no concelho assim como noutras medidas, contrastando com a ausência de atenção aos assuntos culturais e uma abundância de propaganda em nome do presidente. Aliás, o então "boletim municipal" trazia sistematicamente, e obrigatóriamente, a fotografia do autarca em todas as páginas e o seu nome em todos os parágrafos.

Por outro lado, é conhecido que os autarcas da CDU, antes das eleições, assinam um documento em que básicamente "põem o seu mandato nas mãos do partido". E este ex-autarca que ainda há pouco tempo era apresentado como experiente, bom gestor, etc., deixa agora o concelho sem obra e em situação financeira muito pior que aquela em que o encontrou há menos de cinco anos.
Penso que o seu partido se antecipou...
Vamos aguardar serenamente pela verdade que não tardará a vir ao cimo. Mas do ponto de vista político há, de facto, muito a esclarecer!
 
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Amigo Inácio Videira,

Em 1º lugar, obrigado por vires à conversa. É sempre um prazer trocar impressões contigo.

Não me pronuncio (e não me pronunciei), em substância, sobre a gestão autárquica de Setúbal. Disso saberás tu melhor que eu. Apesar de achar que adoptaste uma perspectiva demasiado “fechada” para contrastar o que se tem passado (nos últimos cinco anos) com as gestões anteriores (designadamente a de Mata Cáceres), reconheço que saberás melhor do que eu o que se passa em Setúbal.

No meu bilhete postal sob forma de post , exprimo, afinal, três opiniões muito simples:

1) Que os balanços de mandato não são feitos a dez meses de vista;
2) Que a legitimidade eleitoral é neste caso vista de forma enviesada;
3) Que Carlos Sousa, à frente da Câmara de Palmela, (não consta que em Setúbal tenha avançado muito a este respeito...) se tornou numa referência histórica incontornável para quem quiser estudar ou desenvolver a experiência da gestão municipal participada.

Essa experiência tem limitações que ele próprio reconheceu publicamente. Estou a recordar-me de um debate em Lisboa, no qual tb participaste e intervieste.
O que eu sublinho, a este respeito, é que o lastro conservador que domina o estilo e a estratégia dos autarcas portugueses (incluindo os do PCP/CDU) não permitiu que experiências similares, e que quem, a seu tempo, o fizer, não fará mais que arrombar portas abertas.

Não quero exagerar as qualidades do ex-Presidente da Câmara de Setúbal. Na hora própria, lamentei o modo como a força política a que pertence o tratou e, por cima dos considerandos ideológicos e partidários, enviei-lhe um abraço, desejando-lhe boa sorte no primeiro dia do resto das nossas vidas.

Como muito bem sabemos, a política é importante, sem dúvida, mas não é tudo!

Um abraço
 
Prazado Manuel Correia,
Siceramente a gestão de Carlos Sousa, no municipio de Setúbal, nos últimos cinco anos, não acrescentou nada ao censo comum. Entre umas afirmações importadas de Portoalegre (br) e a realidade local, há realmente uma diferença da noite para o dia.

Recordo-me do debate em Lisboa e de mais um ou dois, onde tudo se passou como uma repetição do mesmo filme. E quando he pediam que desse exemplos concretos, e as suas consequências na gestão municipal nunca havia tempo para as dar, por motivos de agenda.

No concelho de Setúbal aconteceram as tais "reuniões descentralizadas" onde a ordem de trabalhos não era alterada ou adaptada e aconteciam durante o dia em que a grande maioria dos municipes estava ocupada nas suas actividades do quotidiano: os municipes daquela freguesia geralmente não participavam, mas se ousavam participar, lá vinha a conversa da pesada herança e as promessas que ainda estão por concretizar.

O ex-autarca referia-se permanentemente a umas outras reuniões temáticas que, em abono da verdade, durante todo aquele peíodo na presidência e se a memória não mefalha, não passaram de três: sobre as pescas, o ambiente e o investimento, mas, como anter of a flurry because we had not discussed the other girl. I hadn't wanted to, because he'd had a rough day. In fact, his day was so rough that if I was there, I would have done his wash, picked up his apartment, and made him dinner. The poor boy had a shitty-ass day yesterday. I didn't want to make it worse. Anyway...I called him back and asked if we could talk about it today. I could tell he was annoyed, and he said he was, but he also said we would. And then he told me I have nothing to worry about. I was really glad he said that. It was all I needed to get it out of my head for the night, and go to sleep happy. I look forward to talking about it so I can just get it out of my head for good, and that will be that. I can't wait to just put it away for good.
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