2006-08-25
Crónica muito desesperada (1)[segunda série]
No tempo em que Plutão era um planeta.
Atenção, meus amigos. Não se trata já, nem sequer sobretudo, da debandada das vacas mudas, nem da censura nos serviços noticiosos da RTP-1 que José Manuel Fernandes, Eduardo Cintra Torres e Vasco Pulido Valente (todos a escrever no PÚBLICO), com a perspicácia e a acutilância que lhes é reconhecida, detectaram, desmontaram e denunciaram. Não. Estão a passar-se coisas muito mais estranhas e ameaçadoras da nossa capacidade de entendimento.
Os espanhóis, ressabiados com a corrida que lhes demos em 1640, estão a aprimorar os serviços das maternidades de Badajoz e arredores. A tal ponto que as portuguesas de Elvas afiançam, completamente fidelizadas, que não deixariam de ir ter os filhos a Espanha, nem que José Sócrates e Correia de Campos voltassem a mandar abrir a maternidade da sua terra.
Suponho que o ministro Mário Lino deve afivelar um sorriso manhoso, fingindo não perceber mas, lá no fundo, congratulado com a confirmação das suas teses mais íntimas. O facto de os putos começarem a ter dupla nacionalidade só prova que o iberismo vai de vento em popa. Não é por sermos ibéricos que perdemos a nossa identidade lusitana. Antes pelo contrário.
Como se isso não bastasse, vêm agora os astrónomos e astrofísicos, reunidos num congresso clandestino, revelar algo catastrófico. O sistema solar encolheu. Afinal só temos oito planetas. Plutão foi barbaramente discriminado e despromovido. Chamam-lhe agora planeta-anão, baralhando completamente o pessoal que foi à escola nos últimos anos.
Já não bastava o acordo ortográfico, os incêndios, as promessas eleitorais e a cruzada contra os direitos adquiridos, a renúncia do mandato de Carlos Sousa e o centenário do nascimento de Marcello Caetano. Temos também de arcar com a transfiguração do sistema solar e com a geração da dupla identidade.
Daqui a uns bons anos, quando o recém-eleito Presidente da República Portuguesa, inesperadamente, em directo no telejornal da hora do almoço da RTP-1, se curvar perante o monarca espanhol e lhe beijar a mão, em sinal de súbdito respeito e obediência à coroa e a Castela, perceber-se-á finalmente o que os espanhóis andavam a magicar desde meados do século XVII, e como nós, obcecados pelo défice orçamental, nos deixámos levar.
Mas, então, já será talvez, muito … bom fim-de-semana.
Os espanhóis, ressabiados com a corrida que lhes demos em 1640, estão a aprimorar os serviços das maternidades de Badajoz e arredores. A tal ponto que as portuguesas de Elvas afiançam, completamente fidelizadas, que não deixariam de ir ter os filhos a Espanha, nem que José Sócrates e Correia de Campos voltassem a mandar abrir a maternidade da sua terra.
Suponho que o ministro Mário Lino deve afivelar um sorriso manhoso, fingindo não perceber mas, lá no fundo, congratulado com a confirmação das suas teses mais íntimas. O facto de os putos começarem a ter dupla nacionalidade só prova que o iberismo vai de vento em popa. Não é por sermos ibéricos que perdemos a nossa identidade lusitana. Antes pelo contrário.
Como se isso não bastasse, vêm agora os astrónomos e astrofísicos, reunidos num congresso clandestino, revelar algo catastrófico. O sistema solar encolheu. Afinal só temos oito planetas. Plutão foi barbaramente discriminado e despromovido. Chamam-lhe agora planeta-anão, baralhando completamente o pessoal que foi à escola nos últimos anos.
Já não bastava o acordo ortográfico, os incêndios, as promessas eleitorais e a cruzada contra os direitos adquiridos, a renúncia do mandato de Carlos Sousa e o centenário do nascimento de Marcello Caetano. Temos também de arcar com a transfiguração do sistema solar e com a geração da dupla identidade.
Daqui a uns bons anos, quando o recém-eleito Presidente da República Portuguesa, inesperadamente, em directo no telejornal da hora do almoço da RTP-1, se curvar perante o monarca espanhol e lhe beijar a mão, em sinal de súbdito respeito e obediência à coroa e a Castela, perceber-se-á finalmente o que os espanhóis andavam a magicar desde meados do século XVII, e como nós, obcecados pelo défice orçamental, nos deixámos levar.
Mas, então, já será talvez, muito … bom fim-de-semana.
Comments:
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Daqui a uns bons anos porque não ter um PR nascido na maternidade de Badajoz?! Melhor tratado desse o início talvez se apresente mais robusto e habilidoso para "combater" os nuestros hermanos. Se o Deco que nasceu por paragens bem mais longínquos já pode ser candidato ... porque não um espanholito de ventre nacional? C. Borges
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