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2006-08-27

 

Morreu Veiga de Oliveira. Morreu um Grande Homem

Álvaro Veiga de Oliveira faleceu na 5ª feira, 24 de Agosto, na sequência de um acidente vascular cerebral e foi cremado hoje, Domingo.
Veiga de Oliveira era um homem de grande inteligência e sagacidade. Uma garantia de qualidade em tudo o que participava. Como engenheiro civil na sua vida profissional, como lutador na clandestinidade contra a ditadura fascista, depois como Ministro nos Governos provisórios (Março de 1975 a Julho de 1976), como deputado na bancada do PCP (vice-presidente do grupo parlamentar entre 1976 e 1984), como crítico e dissidente do PCP em 1987 (no grupo dos seis com Vital Moreira, Silva Graça, Victor Louro, Sousa Marques e Dulce Martins).

Foi preso pela PIDE em 20 de Dezembro de 1965, num encontro de rua. Foi libertado, cinco anos depois, em 28 de Julho de 1970. Submetido a torturas inauditas (18 dias de tortura do sono seguida pouco depois de tortura da estátua até ter ficado em estado de coma) para denunciar companheiros e a sua actividade, manteve sem falar uma atitude de altiva dignidade.

Aderiu ao PS em Janeiro de 1999 e apoiou Cavaco Silva nas últimas eleições presidencias de 2005.

Ultimamente adiámos várias vezes, por razões pouco importantes, um almoço que afinal era urgente.


Comments:
Vai fazer falta a este País.
Que o seu exemplo nos ajude a ser melhores.
A todos os familiares e amigos as minhas condolências nesta hora difícil.
 
Olá Raimundo, de volta de férias deparei com esta triste notícia. Queria só deixar uma recordação de um encontro com o Veiga de Oliveira há muitos anos. Num almoço com o meu pai o Veiga e mais amigos este ao saber que eu era estudante de matemática (na altura esta eu a concluir a licenciatura) perguntou-me se eu conhecia o teorema de Godel e passámos várias horas a falar de lógica e de meta-matemática. Na altura eu banhava num meio no qual os engenheiros eram vistos como matemáticamente ignorantes. Esta conversa com um engenheiro cívil (na altura Veiga de Oliveira estava no activo) mudou muito a minha visão sobre as barreiras culturais entre formações académicas.
 
E porque todos os grandes homens deixam OBRA feita, o Engº Veiga de Oliveira deixou nos seus descendentes o Jaime Veiga de Oliveira, um homem de coração enorme que eu tenho a honra de ter como amigo.
Para ele, todo o meu carinho, nesta hora, menos boa!
Um beijo
 
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