2006-09-13
Falta poesia
Há muito tempo que não se "posta" um poema no puxa.
Em homenagem ao texto do João Tunes no Água Lisa sobre "as senhoras tapadas" fica aqui um soneto de Manuel Maria Barbosa du Bocage:
Arreitada donzela em fofo leito
deixando erguer a virginal camisa,
sobre a roliças coxas se divisa
entre subtis pachocho estreito:
De louro pêlo um círculo imperfeito
os papudos beicinhos lhe matiza;
e a branda crica, macarada e lisa,
em pingos verte alvo licor desfeito:
A voraz porra as guelras encrespando
arruma a focinheira, e entre gemidos
a moça treme, os olhos requebrando:
Como é ainda boçal perde os sentidos;
porém vai com tal ânsia trabalhando,
que os homens é que vêm a ser fodidos.
(Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas)
Em homenagem ao texto do João Tunes no Água Lisa sobre "as senhoras tapadas" fica aqui um soneto de Manuel Maria Barbosa du Bocage:
Arreitada donzela em fofo leito
deixando erguer a virginal camisa,
sobre a roliças coxas se divisa
entre subtis pachocho estreito:
De louro pêlo um círculo imperfeito
os papudos beicinhos lhe matiza;
e a branda crica, macarada e lisa,
em pingos verte alvo licor desfeito:
A voraz porra as guelras encrespando
arruma a focinheira, e entre gemidos
a moça treme, os olhos requebrando:
Como é ainda boçal perde os sentidos;
porém vai com tal ânsia trabalhando,
que os homens é que vêm a ser fodidos.
(Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas)
Comments:
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CERTAMENTE, ERRADO
Declinei-me até ao teu tornozelo,
mais cautelozo, em não ferir a mim.
Esperançoso que quizesses meu beijo
sou agora, enfim, fios de um novelo.
Mostrei a ti todos os beija-flores,
querendo só que visses, como sou,
um guardião insone, do meu amor,
um atento pastor, e você nem notou.
Fui até ao mais profundo dos mares,
e sobrevoei o improvável firmamento,
eu te fis ver as lágrimas comoventes,
que por ti verti, todos os meus penares.
E o que fazer, agora do que sinto ainda,
pois por mais que eu queira, aumenta,
do que ainda dói e nunca sara, e tento
negar que te amo, e, amo mais ainda.
naeno:051006
O QUE SOBROU
Coube-me do grande amor,
somente a dor.
E do que reguei com os meus olhos,
nenhum abrolho.
Legou-me, o amor de minha vida,
uma semente perdida,
Deixou-me em deticatória,
a mulher, que sempre foi
na minha história,
alvo das boas palavras,
um relicário cheio de penas.
Mas o que eu vou fazer,
se a minha música,
perdeu sua musa.
Será que ainda farei, sairá,
a mais, qualquer poesia,
se agora os dias
são noites sem luar.
naeno:051006
com um forte abraço, e parte da sorte do mundo.
Naeno
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Declinei-me até ao teu tornozelo,
mais cautelozo, em não ferir a mim.
Esperançoso que quizesses meu beijo
sou agora, enfim, fios de um novelo.
Mostrei a ti todos os beija-flores,
querendo só que visses, como sou,
um guardião insone, do meu amor,
um atento pastor, e você nem notou.
Fui até ao mais profundo dos mares,
e sobrevoei o improvável firmamento,
eu te fis ver as lágrimas comoventes,
que por ti verti, todos os meus penares.
E o que fazer, agora do que sinto ainda,
pois por mais que eu queira, aumenta,
do que ainda dói e nunca sara, e tento
negar que te amo, e, amo mais ainda.
naeno:051006
O QUE SOBROU
Coube-me do grande amor,
somente a dor.
E do que reguei com os meus olhos,
nenhum abrolho.
Legou-me, o amor de minha vida,
uma semente perdida,
Deixou-me em deticatória,
a mulher, que sempre foi
na minha história,
alvo das boas palavras,
um relicário cheio de penas.
Mas o que eu vou fazer,
se a minha música,
perdeu sua musa.
Será que ainda farei, sairá,
a mais, qualquer poesia,
se agora os dias
são noites sem luar.
naeno:051006
com um forte abraço, e parte da sorte do mundo.
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