2006-10-16
Marçalo Grilo e a escola
Para que a guerra aberta entre Ministério da Educação e sindicatos dos professores (o que quer dizer uma grande parte destes) se perceba e sobre ela se possa ajuizar é necessário que ao menos uma vez se diga o que sempre deliberadamente se oculta - quer pela ministra quer pelos sindicatos - e torna toda esta confrontação ininteligível:
A rebaldaria da avaliação dos professores para inglês ver e que permitia que todos, bons e maus, com o correr do tempo, chegassem a "general" tinha de acabar. Mesmo que 50 ou 60% tenham condições para chegar ao topo da carreira faz sentido que haja um quadro limitado (30% ou o que for) de acordo com as funções e cargos necessários à escola e não mais, ainda que haja lugar a algum reconhecimento suplementar do mérito desses excedentários.
A ministra tem dialogado e tem tido a cooperação dos professores sobre quase tudo o que está em causa. Excepto numa coisa: dinheiro. E os sindicatos dos professores - esses sim parece que estão dispostos a sacrificar o ensino - acham que o critério único de diálogo é o que conduza à defesa do salário. Estão, ao defender o vencimento, no seu legal e genuíno papel, não devem é dizer que se trata de alhos quando afinal é de bugalhos.