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2006-10-22

 

O aborto e a discriminalização

Se o referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez (IVG) até às dez semanas se realizasse hoje, o "sim" ganharia com 72 por cento dos votos válidos, contra 28 por cento para o "não". Estes seriam os resultados finais da consulta popular, extrapolados a partir da sondagem feita pela Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1.”

Quando começa a vida humana?

(Sondagem referida. Valores da tabela em %)

A partir do momento da concepção

48
A partir do momento em que há actividade cerebral 15
A partir do mom. em q há possibilidade de sobreviver fora da barriga da mãe8
A parttir do momento do nascimento8
Sem convicção formada sobre o assunto14
Não responde8

A questão central que para muitas pessoas determina a sua posição contra a despenalização da IVG é a ideia de que a vida humana começa com a fecundação do óvulo e que desde esse momento temos uma criança, quiçá um cidadão. Curiosamente uma parte dos mais radicais "pró vida", são muito sensíveis à vida do embrião indiferenciado até aos 10 ou 12 meses mas muito pouco sensíveis à vida dos milhares de homens e mulheres sacrificados em guerras injustas como a do Iraque, ou às injustiças sociais que matam milhões de pessoas à fome ou por falta de cuidados de saúde. O que a torna uma espécie de "talibãs à portuguesa".


Comments:
Os "pro-vida" são "essencialistas": defendem a "essência" da vida, da humanidade e do Ser que já lá está no óvulo fecundado; defendem a pena de morte por causa da "essência" do Mal; resignam-se às desigualdades, injustiças (feitas a terceiros) e outras barbaridades por causa da "essência" de Deus (que é escrever por linhas tortas, como se sabe).
Se não fossem estes mitos da "essência", da "origem", e outros, a vida seria bem mais complicada, claro.
Ah, e sobre as mulheres que abortam?! Agora os "pro-vida" já nem as condenam a ir a tribunal, talvez até entendam que nem tenham de penar a Eternidade toda no Inferno.
Só que aí sacrificaram a "essência" dos seus principios fundadores para transigirem com o relativismo dos tempos.
Tudo gente sã.
 
Ao comment anteriosr acrescento: Tudo gente sã e boa que "não faz" abortos.
 
completamente de acordo.
 
Pois, pois... já da outra vez as sondagens davam favas contadas, só que, depois, preferiu-se a Expo e a praia ao voto e foi a vergonha que se viu: ganhou a abstenção...

Abraço, IO.
 
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