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2006-10-27

 

O ambiente aquece

Não é do meio ambiente que vou falar, o que também dava, porque este está na realidade a aquecer. É do "meio ambiente" político.

Este mês de Outubro não tem corrido de forma nada simpática para o governo que muito tem feito por o merecer.

Ontem, o Ministro das Finanças Teixeira dos Santos, um dos ministros mais equilibrados na sua actuação política, apesar de ter a pasta mais odiada, certamente com a clara noção de que "a coisa está a ficar preta", vem dar resposta a algumas vozes críticas de dentro do seu partido que dizem e com razão que os custos dos desequílbrios e má gestão do país estão a ser mal repartidos.

E assim anuncia medidas, embora vagas, para levar a banca a pagar maior taxa efectiva de IRC. As reacções não se fizeram esperar. Os partidos de esquerda lamam por pouco e duvidam da promessa do Ministro, a associação de bancos vem dizer que o sector é dos mais regulados, etc, etc.

Também estou um pouco como São Tomé, mas aguardo com alguma expectativa.

Na realidade, como ainda hoje é anunciado, os 4 maiores bancos privados obtiveram de lucros de Janeiro a Setembro 1,4 mil milhões de euros de lucros, equivalente a uma subida de lucros de 20% face a igual período do ano passado. Se sobre isto apenas incidir IRC à taxa de 17,3% sabe pouco face ao esforço exigido ao país no equilíbrio das contas públicas. Mas não vou na demagogia de que a mercearia do meu bairro paga 25%de IRC. É falso porque pouco ou nada paga. A seriedade é uma coisa que não abunda.


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