2006-10-20
O Cardeal Patriarca e o aborto
D. Policarpo mostrou durante algum tempo uma postura sobre o processo referendário que me parecia de uma igreja moderna, onde o valor humano era tido como um pilar importantíssimo.
Por duas vezes, pelo menos, referindo-se ao referendo sobre o aborto, disse que a igreja católica não iria envolver-se na campanha, afirmando que o aborto era uma questão de direitos humanos fundamentais e não uma questão religiosa. De outra vez, no Parlamento, a quando do lançamento de um livro, referiu que a melhor opção para os indecisos era a abstenção.
O cardeal patriarca de Lisboa mudou muito recentemente de opinião pois vem agora preconizar que os membros da igreja devem participar na campanha e implicitamente dá-lhes orientação de voto.
Interrogo-me sobre o que terá levado a esta mudança de postura. Será que os restantes membros da conferência episcopal o terão pressionado? Na realidade, após estas declarações, o porta voz da conferência veio dizer que o aborto era uma questão não só humana mas também religiosa.
Mas o patriarca muda assim tão facilmente de opinião?