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2006-10-04

 

Quem trata da nossa saúde?

Hoje li na comunicação social que o BE apresentou na AR um projecto que obriga os serviços de saúde a afixar tempos clinicamente aceitáveis para sermos atendidos. Li ainda que este projecto vai ser apoiado pelo PS e, sendo assim, vai passar.

Uma boa intenção, uma boa iniciativa. Daí a que algo venha a acontecer!!! ... a vida já nos ensinou muito.

Não vamos ficar apenas pelo descrédito. Vale a pena questioná-lo.

Se o PS o apoia, certamente, não o fez nas costas do actual Ministro da Saúde. E até acredito que, dentro de algum tempo, uns meses, comecemos a ver em placards de hospitais e centros de saúde uns "mapinhas" com alguma informação sobre os prazos de atendimento.

Primeiro de uma forma vaga. Consultas e exames desta e daquela especialidade decorrerão dentro de tantas semanas, meses, etc, etc, .

A comunicacão social vai questionar, fazer umas reportagens, dizendo que afinal o cumprimento da lei aprovada na AR não está a fazer-se e não está porque cada paciente o que quer e a isso tem direito é o dia e hora de ser atendido, nem que tenha de perder o dia todo no hospital ou centro de saúde.

Este é o panorama expectável. Porquê "sempre" isto, apesar de agora terem-se descoberto uns quantos centros de excelência em que somos muito bons e organizadinhos? (Normalmente, estes centros, que os há, surgiram fora das regras convencionais com pessoas com outra forma de encarar a vida e o trabalho e, sobretudo, com responsabilização e profisionalismo).

Está encontrada a resposta. Só quebrando a rotina, responsabilizando as pessoas é que a cultura se muda e o social vem ao de cima.

Os serviços de saúde existem porque há doentes e estes deveriam ser o objecto, ou centro de tudo, mesmo encarando a saúde como um negócio, que o é para muita gente.

Mas infelizmente não é o doente o centro de tudo.


Comments:
Infelizmente o doente (ou o cidadão) não é o centro de tudo.

Em Alfragide não há centro de saúde; quem não é privilegiado por outros "n" sistemas e já não tem idade para seguro de saúde, tem a extensão da Buraca.

Fiz há tempos um documento com a síntese do martírio, que tenho enviado para várias entidades, incluindo o ex-Presidente da República.
Dei esse documento a ler a uma médica e fiquei perplexa.
Disse-me que "isto" tinha que ser exposto "noutra perspectiva", que não a do utente.
Palavras para quê?
 
Eu não acredito nessa conjectura.
Aquilo a que certamente vamos assistir, caso o tal projecto de lei seja aprovado, será apenas (embora já seja alguma coisa) ao controlo do tempo de espera para as consultas já programadas e marcadas e nunca para a marcação das mesmas ou mesmo para a marcação de cirurgias.
 
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