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2006-11-25

 

Ainda o caso da deputada LUÍSA MESQUITA

Post alterado

Estimulado pela atenção de atentos e diligentes “camaradas” na caixa de comentários reli o post que ontem à noite aqui tinha deixado. Li, reli e mal entendi. Tal estava o Português. Por isso, sem alterar “a moral da história” refiz a prosa, na tentativa, quiçá vã, de tornar mais claro o que a inteligência daqueles anónimos e esforçados comentadores afinal decifraram.
No entanto deixo a versão inicial na caixa de comentários para quem tenha paciência para estas leituras.

Este assunto já foi tratado, em tom mais ou menos irónico, aqui em baixo, e com maior e perspicaz desenvolvimento pelo João Tunes. Também no Glória Fácil João Pedro Henriques chama a atenção para um aspecto interessante do que parece ser uma reviravolta na estratégia comunicacional do PCP. Face ao risco de um litígio interno vir a público por iniciativa do militante atingido o partido decide ser ele a trazer para o espaço público a matéria litigiosa interna, colocando assim na defensiva o militante visado e assenhoreando-se da agenda comunicacional.
Esta arguta análise de JPH revela de facto uma reviravolta do PCP na sua arqueológica relação com os media. Mas há um outro aspecto da questão que me parece não menos interessante e que é o de esta mudança de estratégia mediática envolver um custo sério, a perda do principal argumento que até agora servia para sancionar militantes desavindos com a direcção: o de exporem as suas razões de queixa na praça pública.
Agora foi o PCP, pela boca do secretário-geral e do líder parlamentar, que decidiu em conferência de imprensa "lavar a roupa suja", dando conta de desacordos internos, de diferenças de entendimentos, de quebra de compromissos. E assim deita fora a arma principal com que nos últimos 20 anos tem vindo a sancionar os recalcitrantes e, manifestamente... perde a face.

Luísa Mesquita poderá agora pedir na sua célula uma sanção disciplinar aos seus camaradas Bernardino e Jerónimo de Sousa.


Comments:
Com todo o respeito, este «post» é um caso exemplar de sofística e, pior, de má-fé.

De facto, é preciso estar roído por um espirito ainda de retaliação para inventar que, neste caso, Bernardino Soares e Jerónimo de Sousa teriam infringido as regras de funcionamento do PCP. E é tomar os leitores por parvos.

Se fosse possível - e já veremos que não era - tratar o assunto como insinua RN que devia ser tratado, o PCP seria acusado de secretismo e falta de transparência, depois de alguém ter feito chegar qualquer informação à imprensa.

Mas nem é esse o problema; tratando-se de uma substituição de deputados à AR, então não é evidente que o PCP está obrigado a prestar essa informação ao país e que não falar da Luísa Mesquita
seria o melhor que ela podia desejar: ou seja, mandava passear todos os compromissos (e um artigo dos Estatutos) e continuava deputada como se não tivesse acontecido nada.
A direcção do PCP e a do seu grupo parlamentar engoliam em seco e pronto, estava tudo bem e tudo impecável.
Fala ainda RN em lavar «roupa suja» em público mas será ele capaz de identificar qual foi a «roupa suja» que foi lavada?
Contar a verdade ao país sobre o que partidariamente se passou em relação a um eleito do PCP na AR é, para RN,«roupa suja» ?
Agora já percebo em nome de que «regras» é que certas pessoas se calaram quaando o PS tratou como tratou deputados como Barrros Moura, António Reis ou mais recentemente Medeiros Ferreira. É para não «lavar roupa suja», ou seja, são mais disciplinadinhos no PS do que se mostraram na parte final da sua militância no PCP.
 
O Raimundo Narciso está careca de saber que o que chama de “lavar a roupa suja” em público foi este comunicado do Grupo Parlamentar do PCP que pensei que não era necessário aqui postar mas que pelos vistos é e por isso o faço:


Alterações no Grupo Parlamentar do PCP
Quinta-feira, 23 Novembro 2006


A intensa intervenção do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, quer no plano da iniciativa e da proposta, quer do combate político e da fiscalização do Governo, quer da ligação às populações e aos problemas concretos do país, é uma actividade particularmente exigente para os deputados comunistas que a desempenham e de grande importância para a afirmação dos comunistas na sociedade portuguesa.

O prestígio e qualidade desta intervenção, decorre certamente das características próprias do PCP das suas orientações e princípios, mas não dispensa o indispensável contributo dos homens e mulheres concretos que em cada momento asseguram esta importante função de deputado à Assembleia da República.

É este património que permite ao PCP encarar com naturalidade a renovação do seu Grupo Parlamentar, aliás publicamente assumida em vários momentos pelo próprio Secretário-geral do PCP. Decorrido um terço da Legislatura e tendo já até por via de substituições temporárias trazido novas caras ao Parlamento, com contributos de qualidade reconhecida por todos, entendemos ser chegado o momento de ir mais além numa renovação do Grupo Parlamentar que assegure a continuidade do nosso trabalho nesta Assembleia da República.

É neste contexto que está colocada a substituição dos Deputados Odete Santos, Abílio Fernandes e Luísa Mesquita. São três Deputados que deram valiosíssimos contributos à intervenção parlamentar do PCP, que prestigiaram o nosso Grupo Parlamentar e a Assembleia da República, com o seu profundo conhecimento das matérias que abordaram, com a sua combatividade e genuíno empenhamento na defesa dos interesses dos que os elegeram. É por isso evidente que, com a consideração da sua saída da Assembleia da República, o PCP não perspectivou o fim da sua intervenção política, mas antes o seu empenhamento em novas tarefas e frentes de intervenção onde os seus conhecimentos e experiência política serão preciosos.

Desta forma:
- O Deputado Abílio Fernandes cessará funções no início de 2007, sendo substituído por João Oliveira, segundo candidato por Évora e que exerceu já nesta Legislatura durante 50 dias as funções de Deputado;

- A Deputada Odete Santos cessará funções após a realização previsível do referendo relativo à interrupção voluntária da gravidez, sendo substituída por Bruno Dias, candidato seguinte na lista de Setúbal e Deputado do PCP no final da VIII e na IX Legislatura.

Quanto à Deputada Luísa Mesquita estamos contudo perante uma situação diferente.

Importa esclarecer que, para além das já referidas explicitações públicas, a questão da renovação do Grupo Parlamentar do PCP foi evidentemente abordada, no processo de formação das listas, com todos os candidatos que previsivelmente viriam, ou poderiam vir a exercer as funções de Deputado do PCP e também obviamente com a candidata Luísa Mesquita. A disponibilidade do mandato em função das necessidades e no respeito pelas orientações do PCP é um princípio básico dos comunistas no exercício de cargos públicos, consubstanciado aliás na assinatura de um compromisso escrito nesse sentido, com inegável valor ético e político.

Apesar disso a Deputada Luísa Mesquita informou recusar a aceitação da sua substituição. Esta recusa constitui uma violação dos princípios e compromissos que presidem ao funcionamento do Partido Comunista Português e do seu Grupo Parlamentar para a qual não encontramos qualquer justificação.

As substituições que agora se avançam não radicam em qualquer avaliação negativa quer em relação ao trabalho desempenhado, quer de carácter político, mas na necessidade de proceder a uma renovação sustentada do Grupo Parlamentar do PCP. Entretanto, já o não cumprimento de um compromisso fundamental, constitui um sério problema político, com inevitáveis consequências no plano do seu relacionamento com o Partido.

Com esta atitude a Deputada Luísa Mesquita quebra uma parte fundamental dos vínculos de confiança política que devem vigorar dentro de um mesmo grupo parlamentar, levando a que se torne incontornável uma reconsideração das elevadas responsabilidades políticas e parlamentares que tem até aqui exercido. Deste modo vamos proceder a uma reorganização da distribuição de tarefas no interior do Grupo Parlamentar do PCP, que levarão a que a Deputada Luísa Mesquita deixe de assumir a representação do PCP em diversas áreas, deixando por exemplo de integrar a Comissão de Educação, Ciência e Cultura e a Comissão de Negócios Estrangeiros, propondo-se que passe a integrar a Comissão de Saúde.

Os portugueses podem estar certos de que em nenhuma área, região ou temática diminuirá o empenhamento do PCP na luta por políticas mais justas e que correspondam às necessidades dos portugueses e do país. Continuaremos a ter a presença activa dos deputados comunistas junto dos que lutam pelos seus direitos e por um Portugal mais justo.

Grupo Parlamentar do PCP

PS: sugiro pois então que se debruce sobre o original (caso queira analisar a questão) e que refreie a tentação de deitar a mão a análises - parcelares umas, manhosas outras -.
 
Muito sofisma e falsos sorrisos afáveis para enganar pacóvios, é o que dá.
 
Eis o post inicial, que suscitou os comentários anteriores nomeadamente do(s) anónimo(s)com o "nome" de Alexandre Castro Santos e Margarida:
"Ainda o caso da deputada LUÍSA MESQUITA
Este assunto já foi tratado, em tom mais ou menos irónico, aqui em baixo e com maior e perspicáz desenvolvimento pelo João Tunes. No entanto gostaria de chamar a atenção para um aspecto que noutra perspectiva (comunicacional) foi apontada por João Pedro Henriques, no Glória Fácil.
É a iniciativa oficial do PCP, através de Jerónimo de Sousa e do seu líder parlamentar, vir "lavar roupa suja", para fora da organização, para o exterior, dando conta de desacordos internos, de diferenças de entendimentos, de quebra de compromissos e de como isso atenta à regra estatutária tão brandida pela direcção partidária contra os seus queridos dissidentes que expoêm na praça pública o que só deve ser dito no recato das quatro paredes do "colectivo".
Luísa Mesquita se se tem calado poderia pedir na sua célula uma sanção disciplinar aos seus camaradas Bernardino e Jerónimo de Sousa.
 
E já agora ao abrigo de que artigo e alínea dos Estatutos é que o Raimundo Narciso propunha a sanção? É que até fui reler os Estatutos e francamente não encontrei nada sobre a divulgação pública de decisões do PCP. E parece-me que este não é um caso nem de desacordo interno nem de diferença de entendimento mas simplesmente, como o comunicado esclarece de “recusar a aceitação da sua substituição (…) o que “constitui uma violação dos princípios e compromissos que presidem ao funcionamento do Partido (…) e do seu Grupo Parlamentar”. Tanto mais que “As substituições que agora se avançam não radicam em qualquer avaliação negativa quer em relação ao trabalho desempenhado, quer de carácter político, mas na necessidade de proceder a uma renovação sustentada do Grupo Parlamentar do PCP. Entretanto, já o não cumprimento de um compromisso fundamental, constitui um sério problema político, com inevitáveis consequências no plano do seu relacionamento com o Partido” como se lê no comunicado do Grupo Parlamentar.

Mas entretanto presumo que andamos a ver telejornais diferentes, porque eu vi o Presidente do GP sozinho a dar uma conferência de imprensa e o SG caçado num corredor a responder a jornalistas e ambos a argumentar conforme li depois neste comunicado mas o Raimundo viu o secretário-geral e o líder parlamentar,”em conferência de imprensa "lavar a roupa suja”.
 
Confesso não enetender porquê tanta polémica à volta deste caso.
Apenas porque se trata do PCP?!?!
Haverá algum partido com assento parlamentar que não tenha já praticado semehantes bacoradas???
Haverá algum partido com assento parlamentar que não obrigue os seus deputados a compromissos da mesma natureza???
Então, porquê tanta confusão desta vez???
Apenas uma justificação: ressabiamento, procurar esconder do público os erros próprios, reles e ordinária má-fé...
PS
Não vale, desta vez, a desculpa do militante ortodoxo... Porque não sou nem nunva fui ortodoxo de coisa nenhuma...

 
O sistema comunisma foi o sistema que mais desgraças trouxe ao mundo. Milhões de mortos nos países do bloco de leste, fome, perseguições, tortura. O sistema comunista caiu sem honra nem glória. Em Portugal é praticamente uma coisa residual. Ainda bem!
Viva a democracia, viva a liberdade, abaixo o comunismo!
 
Ó Qintanilha, você é um ignorante ou um mal-intencionado.
Não sabe o que diz, nem porque o diz.
Pobre de si, ó Qintanilha!
 
Ó Qintanilha, você é um ignorante ou um mal-intencionado.
Não sabe o que diz, nem porque o diz.
Pobre de si, ó Quintanilha!
 
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