2006-11-28
"Bodes espiatórios"
Vem isto a propósito do post, aqui em baixo, do João Abel e das notícias que andam aí pelos jornais, sobre as desgraças que se abateram sobre políticos dos mais populares, no Norte, vítimas ao que parece, de incompreensões do Tribunal de Contas (TC). Suspeita-se mesmo da habitual má vontade contra os autarcas que assim são "transformados em bodes espiatórios" segundo explicou uma das vítimas. Creio que Narciso Miranda. Ora o TC "recomendou ... à assembleia-geral da Metro do Porto (MP) que reaprecie a atribuição de cartões de crédito aos administradores não executivos para despesas de representação, nomeadamente a Valentim Loureiro e Narciso Miranda.
Considerando que os administradores não executivos "exercem funções por inerência à sua qualidade de autarcas e não por lhes serem exigidas aptidões especiais e específicas para a gestão de uma empresa como a MP", o TC considera assim "exageradas as verbas públicas atribuídas a esse título acessório". Às quais acrescem, no caso dos administradores Valentim Loureiro e Narciso Miranda, "as percebidas por via de utilização de cartões de crédito da empresa, totalizando 4.494,75 euros mensais", de acordo com o relatório de auditoria à empresa Metro do Porto. O TC nota ainda que os valores recebidos por via da mera comparência a reuniões periódicas quinzenais do órgão de administração do MP "são superiores à remuneração dos encargos nas respectivas autarquias". ... Como tal, o organismo entende que um administrador que não detém responsabilidades ao nível executivo, "mas antes comparece a reuniões quinzenais e satisfaz outros compromissos de natureza meramente pontual" não deve "ser abonado a expensas do Estado de um vencimento fixo e despesas de representação que totalizam mensalmente mais de 12 salários mínimos no ano de 2004". [link]
Considerando que os administradores não executivos "exercem funções por inerência à sua qualidade de autarcas e não por lhes serem exigidas aptidões especiais e específicas para a gestão de uma empresa como a MP", o TC considera assim "exageradas as verbas públicas atribuídas a esse título acessório". Às quais acrescem, no caso dos administradores Valentim Loureiro e Narciso Miranda, "as percebidas por via de utilização de cartões de crédito da empresa, totalizando 4.494,75 euros mensais", de acordo com o relatório de auditoria à empresa Metro do Porto. O TC nota ainda que os valores recebidos por via da mera comparência a reuniões periódicas quinzenais do órgão de administração do MP "são superiores à remuneração dos encargos nas respectivas autarquias". ... Como tal, o organismo entende que um administrador que não detém responsabilidades ao nível executivo, "mas antes comparece a reuniões quinzenais e satisfaz outros compromissos de natureza meramente pontual" não deve "ser abonado a expensas do Estado de um vencimento fixo e despesas de representação que totalizam mensalmente mais de 12 salários mínimos no ano de 2004". [link]
Estava eu comovendo-me com estas perseguições enquanto arrumava papelada antiga e cai-me nas mãos um recorte do Público que acima reproduzo apenas para sublinhar como no caso do Senhor Major a pouca sorte ou mais provavelmente as invejas, o perseguem.
Todos nos lembramos como injustamente o antigo regime expulsou das Forças Armadas o Senhor major que na altura era capitão, com a cavilosa acusação de roubo nos negócios de batatas que como oficial de Administração Militar era obrigado a fazer, em Angola, para alimentar os nossos soldados. Cito de memória porque são tudo coisas lidas no Expresso já há muitos anos .
Depois veio o 25 de Abril. O Senhor Maj0r que ainda era só capitão era felizmente amigo e colega de alguns capitães de Abril que com alguma relutância e depois de encarecidos pedidos desfizeram a injustiça da sua expulsão do Exército e assim foi readmitido na qualidade de perseguido das batatas político, promovido a Major e pago, justamente, de retroactivos. Só não concordaram que continuasse no activo porque, penso eu, terão receado que com os seus méritos chegasse a general antes deles.
Lutando pela vida o Senhor Major chegou onde chegou. Presidente da Câmara, presidente do clube de futebol lá do sítio, presidente do próprio futebol, do Metro, eu sei lá. Tu cá tu lá com os políticos que estão na mó de cima, o primeiro -ministro Durão Barroso, o presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso e muitos mais. O Senhor Major conseguiu por mérito próprio ser o político, desportista e empresário com mais tempo de antena do país, durante anos e anos. E ainda aparece. Não é para qualquer patego. E é um gosto ver tanta actividade, capacidade e desenrascanso. Além de amigo do seu amigo, suponho.
Mas... perseguido pela inveja. Ou não estivéssemos em Portugal, país mesquinho! Estou-me a lembrar, por exemplo, do Apito Dourado ou, como mostra o recorte do Público, em cima reproduzido, o célebre caso do cheque.
O caso conta-se em poucas palavras. Na página 30, o Público de 19 de Novembro de 1992, conta-nos que a "Unidade Nacional de Informação sobre Crime Económico Organizado" chama a atenção para um número crescente de casos de burla - noutra notícia dizia-se que era um velho truque da Mafia há muito conhecido pela Interpol.
Você é um pessoa influente e bem relacionada na banca. Um insuspeito, chamemos-lhe assim! Recebe um cheque graúdo em pagamento de um negócio, vai ao banco onde tem um director amigo ou conhecido, pede-lhe o favor de depositar o valor na sua conta sem estar dias à espera que o cheque vá ao banco emissor e este mande a massa porque os negócios não esperam e tal. O amigo ou cúmplice transfere a massa. O cheque vai lá para o banco das ilhas Salomão e tem um cúmplice que pura e simplesmente recebe o cheque e queima-o. Ou, e é outra modalidade, o banco já fechou ou nunca existiu. Mas o homem com o fósforo aceso lá no endereço para onde o cheque foi enviado via DHL é fundamental. Passa-se o tempo e o banco que fez o pagamento adiantado do cheque por "amizade" ou excesso de confiança entra em stress (excepto se for um cúmplice) Depois, perdida a esperança de receber o dinheiro o banco pede ao cliente que lho devolva. E este diz que obviamente, com certeza, devolve-o imediatamente mas... como também é óbvio o banco tem de lhe devolver o cheque manhoso para ele ir a quem lho deu, coisa e tal. O banco está de "calças na mão". Não tem o cheque e ele não regressa. Isto é o que o Público relata na página 30 e por manifesta maldade publica na página 31 um caso em tudo parecido, mas só parecido, que se passou com o Senhor Major.
Vítima de um truque, provavelmente para o deixarem mal visto, Valentim Loureiro, segundo o Público, depositouno BCP onde, gozando de todo o respeito e consideração logo lhe deram, a seu pedido, os 256.900 dólares do cheque (na altura cerca de 33 mil contos) emitido pelo Southern Bank of the Americas, sediado em Montserrat, nas Índias Ocidentais Inglesas. O cheque que o BCP mandou lá para aquelas Índias, nunca mais voltou. Pudera, o banco "havia sido fechado em 1989 pela prática de ilegalidades". O BCP não se conformou, foi para tribunal e perdeu como é de regra. O BCP parece que não meteu em tribunal o seu director do balcão. O caso terá sido abafado ao que julgo. Felizmente nem tudo foi desgraça para o Senhor Major pois ficou e justamente com o dinheiro que era seu.
Comments:
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A vida "pândega" do Major batata dá um rico filme. todos os domínios da estorsão podem ser aqui referidos. Por exemplo, como extorquir um cheque sem grande esforço, como ganhar uma partida de futebol para entrar na Europa, como ser representante de Nino Vieira, como ter despesas de representação que nada representam, etc. É um mundo... Sugestão para título: Major, Major.
Elenco de artistas acólitos: Narciso Miranda, AJJ, Fátima Felgueiras no papel mais in do elenco feminino. No apoio e gestão financeira apareceria Jaime Ramos, pois desta poda, ele é mestre.
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Elenco de artistas acólitos: Narciso Miranda, AJJ, Fátima Felgueiras no papel mais in do elenco feminino. No apoio e gestão financeira apareceria Jaime Ramos, pois desta poda, ele é mestre.
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