2006-11-17
À estreia. À estreia?
O caso passou-se assim. Vi o Correio da Manhã em cima da mesa e, enquanto a simpática dona do café, me trazia uma chávena a escaldar comecei a folhear o popular diário . Procurei os anúncios. Lembrei-me de cumprir a promessa de ajudar a procurar uma casa para uma pessoa da família. Ainda surpreendi um sorriso mal disfarsado no olhar da D. Arlinda quando me viu concentrado nos núncios.
À estreia. Completa. Branca. Quentíssima!
É muito raro ler o Correio da Manhã e menos ainda o suplemento dos anúncios. Continuei: Absoluta novidade. Activa. Portuguesinha . Letícia. A mais perfeita.
Mas que raio de anúncios - impacientáva-me eu, à espera de ler 4 assoalhadas, T3 ou coisa que o valha. E concluia: isto já não é nada como antes.
Insisti em percorrer a página fechadinha de anúncios: Espanhola. Espanhola? Interroguei-me mas que raio uma casa espanhola? Aí surgiu-me a dúvida e prestei mais atenção: assanhadinha, universitária, meiguinha, casada, avassaladora, gostosona, apetitosa, a mais perfeita, trintona, gata, quarentona, tenrinha, dezoito aninhos, safadinha, polaca. Em Varsóvia parei.
Alto. Levantei o olhar e contei: 5 páginas cheias, cheias de alto a baixo, 8 colunas, 34 anúncios por coluna. Multipliquei: 1.360 anúncios de "casas" para alugar.
Puxa! Não é de falta de casas que os portugas se hão-de queixar. E só falei no software, porque com hardware onde não iria o post parar?