... Estou na "compra de uma guerra" voluntária para um debate.
Não alego em meu favor que o adversário/ adversários, que são muitos, contra esta minha posição/opinião específica, estejam na posse da arma mortífera de destruição massiva. Acho até que dispõem de armas fracas e frágeis, nalguns casos até bem desarmados ou quando muito tocados por uns laivos de oportunismo político.
Entro nesta guerra com uma arma apenas: a da não compreensão. Sinto-me incapaz de perceber o sentido de voto da oposição madeirense ao projecto do governo da República, exceptuando a de AJJ, a não ser na óptica da oposição pela oposição que é redutora e não leva a lado nenhum construtivo.
Tudo isto a propósito da aprovação na AR da Lei das Finanças Regionais.
O PS votou a lei com a abstenção do CDS. Sobre esta postura do CDS há que pensar alguns cenários (porquê este sentido de voto?) mas é desviarmo-nos do percurso.
Não consigo atingir a posição da oposição de esquerda e menos ainda todo o "fogo de artifício" do PS/Madeira.
Não é credível, no contexto do que o PS/Madeira disse, o sentido de voto dos seus deputados, embora o que disseram tenha decorrido, em minha opinião, de uma falha de rigor político e técnico.
Estou à vontade para apoiar esta Lei, porque acho que a solidariedade é um valor humano, social e político e como pessoa de esquerda revejo-me neste princípio, mas ainda por razões técnicas.
O País tem sido solidário com as Regiões Autónomas. Demonstrou, em muitas situações, uma posição de grande abertura e compreensão em termos de financiamento, apesar de muitas vezes, sobretudo no tocante à Madeira na pessoa do Presidente do Governo Regional ser mal correspondido.
Num momento de crise nacional em que é necessário endireitar as finanças públicas e sendo a Madeira a 2ª região mais rica do País não se compreenderia outra atitude do Governo Central de complacência com transferências desajustadas a esta situação.
Acho mesmo que a atitude do governo não poderia ser outra. E não faz sentido o que pretende o PSD alegar de que há aqui uma armadilha face às próximas eleições. Demagogia barata tanto mais que esta lei se insere numa série de outras no mesmo sentido.
Dizem-me que a Madeira não é a 2ª região mais rica, porque a sua riqueza está empolada pela zona franca.
Admitamos este facto, que é um facto não tão linear como se quer fazer crer. Independentemente de uma grande discussão a haver e a fazer-se sobre a zona franca, pergunta-se: só agora a oposição descobriu? Há um estudo de 2001. E, nessa base, poderiam ter sido tomadas outras medidas. Mas questiono, a zona franca não está enquadrada nas leis do País e da UE?
Então porque só agora parece haver um "acordar"?
Estou convencido que o desenvolvimento da Madeira e a riqueza criada tem "pés de barro". Mas não é a continuidade das transferências que fazem mudar esta situação porque o Governo Regional usa essas transferências para gastos não reprodutíveis e de propaganda
Dai, não perceber a postura da oposição e muito menos a da esquerda madeirense. Do PS/Madeira, essa foi um tiro nos dois pés.
Isto é mesmo procurar muita lenha. ...
# posted by Joao Abel de Freitas @ 14:28