2006-11-13
O Poder Desmesurado dos Funcionários Públicos (1)
"Mes amis, ah!, si je pouvais je serais fonctionnaire public de l'Etat Portugais. C'est eux qui tiennent vraiment le Pouvoir!"
O Eng. José Sócrates é perverso. Depois de Vital Moreira se perder em reviravoltas contra os “maximalistas” que andaram a puxar o Salário Mínimo para cima, enquanto ele, preocupado e precavido, se insurgia contra tais exageros, -- clamando que mais vale ter um emprego mal pago do que não ter emprego nenhum, -- vem agora o Secretário Geral do PS apostar na planificação trianual do aumento do SM.
Bom. Pelo menos, o Eng. José Sócrates percebeu...
Esta repentina e bem vinda atenção aos “trabalhadores pobres”, suportada na esperança de uma programação a acordar em sede de Concertação Social, contrasta com a deriva anti-sindicalista e anti-funcionário público. O Governo não sabe muito bem quantos são os trabalhadores do Estado; supõe que há a mais nuns lados e, a menos, noutros. Todavia, congela (carreiras, salários e promessas), enquanto aprova diplomas que regulam cenários de semi-despedimentos disfarçados de "mobilidade" sem esperança, sem plano e sem horizonte.
Os psicopatas salazarentos exultam. Esperam ver, finalmente, o PS a despedir esses imbecis, ainda por cima de maneira que eles não possam "legalmente" processar o Estado. Marques Mendes e Ribeiro e Castro coram, envergonhados. Eles, pelo menos, tiveram a "coragem" de propor "rescisões amigáveis"...
No meio disto tudo o João Abel Freitas, no poste de baixo, aponta inocentemente para um editorial do DN -- Só metade dos ausentes desconta o dia de greve -- em que o autor, “descobrindo” que a fraude e a corrupção não são exclusivo de ninguém, aproveita a onda façanhuda contra os funcionários do Estado para, corajosamente, pôr o "dedo na ferida".
É essa “inocência” o que mais me comove. À compita, José Sócrates, Vital Moreira, Manuel Esteves e, pois claro, o nosso blogo-companheiro João Abel Freitas, (este último mais a "apontar" e a "reflectir" do que propriamente a deixar-se ir na onda) hão-de apoucar a percentagem de adesão à greve, com uma mão, enquanto, com a outra, apontarão esses “manhosos” que fazem tudo o que querem numa Administração Pública sem Governo, Directores Gerais ou Chefes de Departamento capazes de detectar, denunciar e corrigir tais maroscas.
É já a anarquia?
Não.
É apenas uma generalização conveniente...
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