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2007-01-11

 

Falando um pouco das expectativas da economia portuguesa

O Banco de Portugal (BP) divulgou, muito recentemente, a sua previsão para o crescimento do PIB nacional em 2007.

Na base de certos pressupostos que vamos comentar, o BP aponta uma taxa de crescimento de 1,8%, coincidente com a do governo. Lá mais para a Primavera e depois em Outubro, assistiremos, quase de certeza, a novas previsões. É o usual no comportamento destas instituições nacionais e internacionais e estas previsões tornam-se referências importantes no mundo dos negócios e do trabalho.

A taxa de 1,8% significa uma moderada recuperação da economia portuguesa e ainda insuficiente para a convergência com a média comunitária que se prevê seja de 2,2% no ano em que há pouco entramos.

Esta situação significa que a economia portuguesa entrou no 6º ano consectutivo de não convergência com a economia europeia. Mas o cenário não pára aqui. Mais um ano pelo menos, o de 2008, continuará a ser de não convergência pois a previsão do BP aponta para um crescimentode 2,1% contra 2,2 ou 2,3 na zona euro.

A questão que falta dirimir agora é a da falibilidade destas previsões.

É uma verdade de La Palisse dizer-se que as previsões são sempre falíveis. Os especialistas de previsões (economistas ou outros) são exímios a prever o passado. O futuro, esse anda e andará sempre arredio. Mas o conhecimento lá vai evoluindo e tudo vai melhorando. Daí as previsões serem tendencialmente mais ajustadas.

De qualquer modo, é fundamental fazer e divulgar previsões e algo menos habitual entre nós, é fundamental construir cenários de desenvolvimento a longo prazo e dar-lhes atenção. Se isso tivesse acontecido no passado e por que não dizer no presente (repito o dar atenção, pois algum trabalho de cenarização houve) talvez a nossa economia não tivesse batido no fundo (e será que já bateu?!).

Estou a desviar-me do essencial. Voltemos entãoaos pressupostos subjacentes nas previsões apresentadas pelo BP.

De forma sintética, no tocante à evolução do preço do petróleo, as previsões assentam "na hipótese técnica de uma mautenção do preço em 2007, seguida de um aumento de cerca de 5% em 2008". Refira-se que, em 2005, o preço subiu 40% e 20% em 2006.

No tocante à taxa de juro, a previsão assenta/admite "uma ligeira subida no inicio de 2007 e uma virtual estabilização a partir de então".

Na relação euro/dólar "a hipotese técnica implica uma apreciação do euro, em termos efectivos de cerca de 3% em 2007" e, em 2008, uma evolução "nos níveis médios de 2007 ".

Mas aqui está uma fragilidade. O BP refere que o crescimento das exportações não vai ser suficiente para garantir a aceleração, mesmo moderada, da economia portuguesa, pelo que o consumo privado terá de acelerar bem como a aquisição de casas pelas famílias.

Por outro lado, o relatório do BP apresenta um estudo onde revela que Portugal tem vindo a perder quota de mercado nos produtos de alta tecnologia desde finais de 60.

Relacionando tudo isto, devemos estar prudentes quanto ao seguinte: no curto prazo, há factores de grande vulnerabilidade nestas previsões, o que não inviabiliza que os resultados possam até ser melhores, basta acontecer algo de muito favorável para a economia portuguesa, na economia mundial. Mas a longo prazo, a preocupação deve ser maior. Ainda estamos muito longe do modelo consistente sobre o qual é preciso dar a volta à economia. Atrasámo-nos muitos anos na nossa inserção mundial dinâmica. Fomos lá por absopção. Os nossos empresários e o Estado jogaram na defensiva, por falta de conhecimento. Não nos podemos esquecer de que quem exporta ou produz competitivo para reduzir importações são os empresários, que não estão a dar grandes cartas.


Comments:
E entao, aqui estamos num blog sério e aculturado. Eu, pelo contrario, apesar ter estudado um bocadinho de economìa, nao percebo quase nada do conteùdo deste post.
De qualquer maneira, felicidades. A cultura è cultura !
A presto IDP !
 
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