2007-01-01
O Bom Ditador e o Mau

Os "nossos" ditadores.
Um tinha contas a ajustar desde 1973. Chefiou o golpe que derrubou o Governo de Unidade do Chile, assassinou, perseguiu e prendeu milhares de democratas, e instaurou uma ditadura militar, com o apoio, primeiro, e com a complacência, depois, dos Estados Unidos da América.
Nixon, Kissinger e as “boas consciências” ocidentais, preferiram-no ao Governo legítimo de Salvador Allende; preferiram a ignomínia fascista à legitimidade democrática.
Morreu na cama, de velhice, quer dizer, de uma crise cardíaca de que já não conseguiram recuperá-lo, apesar de terem tentado.
Nixon, Kissinger e as “boas consciências” ocidentais, preferiram-no ao Governo legítimo de Salvador Allende; preferiram a ignomínia fascista à legitimidade democrática.
Morreu na cama, de velhice, quer dizer, de uma crise cardíaca de que já não conseguiram recuperá-lo, apesar de terem tentado.
Foi Augusto Pinochet, o “bom ditador”.
O outro foi enforcado ontem de madrugada em Bagdade. Velho aliado dos EUA, designadamente na guerra contra o Irão. Teve o apoio, muitas vezes a compreensão dos rancheiros texanos, particularmente dos “criadores” de petróleo, incluindo a presidencializada família Bush. Foi responsável por milhares de assassinatos, execuções sumárias, extermínios, boa parte deles com o apoio, o encorajamento, a “compreensão” ou a cumplicidade dos EUA, da Inglaterra, da França et tutti quantti.
Foi Saddam Hussein, o “mau ditador”.
Imaginem que o Chile, após o golpe de estado fascista, tinha sido invadido pela coligação de forças "ocidentais" e que, num Chile religitimado democraticamente, Pinochet tinha sido julgado e condenado.
Pois.
Para isso, teria que Saddam Hussein morrer na cama, de velhice, de um ataque do coração ou de uma tempestade de areia.
O que seria, de facto, muita areia...