.comment-link {margin-left:.6em;}

2007-01-28

 

O perigo do gigante atolado

A guerra que os Estados Unidos levaram ao Iraque é uma guerra perdida para a hiperpotência. Ninguém sairá vitorioso. A não ser, talvez, o terrorismo a quem ofereceram um vastíssimo campo de recrutamento - os milhões de muçulmanos atingidos ou legitimamente indignados com a agressão - e um campo de treinos - o Iraque.
Há quase dois milhões de deslocados e perto de 700 mil mortos. Um país quase destruído e talvez irrecuperável devido à escalada da guerra civil proporcionada pelo caos e clivagens antigas.
A Administração Bush que depois de uns momentos de glória interna quando a maioria dos americanos acreditou no triunfo fácil do estilo à "cowboy do Texas" para governar o mundo, prepara-se agora para bater o recorde de Nixon como o pior presidente dos EUA.
Chegou-se a uma situação que não oferece à superpotência, nem ao Ocidente nem ao Médio Oriente, nenhuma solução boa. Nenhuma saída airosa. Restam dois caminhos. Uma tentativa desesperada de ganhar a guerra com o sério risco do seu alargamento a todo o Médio Oriente, arriscando a entrada nele de Israel e do Irão e a eventual utilização de armas nucleares ou uma retirada controlada apoiada numa ampla e hábil envolvente política, que reduza ao mínimo os custos políticos e os perigos do terrorismo e dos fundamentalismos "vitoriosos".
Bush ainda explora a primera solução. Sair por cima ou com essa aparência. Mas como não tem forças militares disponíveis (nem votos, nem muito mais dinheiro do que aquele que o Congresso agora na oposição está na disposição de consentir) ensaia incidentes políticos arriscados com o Irão, faz bluf que pode criar uma situação incontrolável. O segundo caminho é o que foi proposto pelo Grupo de Estudo, Republicano/Democrata, dirigido pela dupla James Baker III/Lee H. Hamilton. Mas esta solução, com os vários cenários, implica, mesmo com todos os disfarses possíveis, a derrota humilhante da Administração Bush e dos seus ideológos neo-cons.
As lideranças norte-americanas são useiras e vezeiras no desprezo pelo prévio conhecimento da história, das sociedades e povos onde querem meter o bedelho. Quando prevalece a arrogância simplificadora e a convicção de que o revóver e o dólar tudo pode resolver ou esmagar, a imprudente, jovem e fogosa América, desdenhando da experiência da história e do respeito que todos os povos merecem engendra tragédias à Iraque. Um segundo Vietnam.

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?