2007-03-26
Ínclita Geração
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Refiro-me à geração de 60. Aos milhares de estudantes das lutas académicas de então representados pelos 300 "estudantes" que comemoraram com mulheres, maridos, filhos e netos, o Dia doEstudante, na Reitoria e na Cantina da cidade universitária de Lisboa, no passado Sábado.
No anfiteatro da Reitoria a sessão foi presidida pelo reitor António da Nóvoa e falaram pelo movimento associativo do Porto, de há 45 anos, Alexandre Alves Costa, pelo de Coimbra, Judite Cortesão, pelo de Lisboa, José Medeiros Ferreira e pelo movimento dos estudantes dos liceus Ruben de Carvalho. Presente o secretário-geral da RIA (reuniões inter-associações) de então, e Presidente da República até há pouco, Jorge Sampaio, que descerrou, na "cantina velha", uma lápide alusiva à luta académica de 1962.
Artur Pinto e Jorge Galamba foram, como habitualmente, dois incansáveis organizadores da comemoração que contou com o apoio da Fundação Mário Soares.
Sem diminuir o papel de outras gerações parece-me de elementar justiça sublinhar a importância da participação política dos jovens estudantes da "crise académica" de 62 (e que tem continuidade na de 1969) para o derrubamento da ditadura fascista (não há quer ter medo das palavras certas) de Salazar. Eles (e outros! trabalhadores das fábricas, dos campos, das letras) arrotearam, adubaram e semearam o terreno donde brotaram os cravos de Abril, em 1974.