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2007-03-27

 

OTA. Afinal a novíssima alternativa é... Rio Frio!

N' Os Prós e os Contras os argumentos a favor de uma alternativa à Ota revelaram-se ou pouco consistentes ou francamente falaciosos.
A grande expectativa era a descoberta de um local alternativo melhor. Ora a descoberta de José Manual Viegas foi... Rio Frio. Ou mais rigorosamente o Poceirão, poucos quilómetros ao lado da localização anteriormente estudada, na mesma zona de Rio Frio, chumbada por razões ambientais.
Se alguém merece distinção pela consistência da argumentação e pela informação disponibilizada a mostrar que muitas das dúvidas actuais foram objecto de estudo desde 1997, foi o consultor técnico da NAER o eng. Artur Ravara (também estiveram bem o dir. fac. Ciências e Tecnologia da UNL Fernando Santana e o eng. Silveira Ramos, presidente da APPC). Se alguém se saiu mal do debate foi o professor do IST, José Manuel Viegas.
Entusiamado com os argumentos, mesmo pouco plausíveis, contra a Ota, sentado na primeira fila e com uma forte claque, estava o deputado do PSD, Luís Rodrigues, um dos mais assanhados deputados da oposição, nos debates com o Governo na AR, sobre a Ota e afins.

Post Scriptum: Vital Moreira, no Público de hoje, é bastante convincente na argumentação com que ataca muitas dúvidas que possam subsistir sobre a OTa.

Comments:
é incrível o tendenciosismo de certas opiniões, quando cinicamente se manifestou já não defensor da Ota e perante um debate onde ficámos todos a saber que aquela opção é de todas a mais cara e complicada (afinal os estudos feitos são preliminares e não existiu nunca uma opção 0) e vem dizer que o Viegas não foi convincente?...
Só posso pensar que existem realmente interesses obscuros pela defesa da Ota... a menos que o interesse seja realmente isolar mais o país, tornando Lisboa ainda mais periférica (política da terra queimada), quando afinal se o aeroporto fosse construído na margem sul, os espanhóis da zona fronteiriça, zona em crescimento, mais facilmente podiam utilizar também aquele aeroporto...
 
O autor do post recomendou a leitura do artigo de Vital Moreira saído hoje no Público que também achei bom. Posso transcrevê-lo aqui:
O “PROBLEMA” DA OTA
Para um observador atento e desinteressado, as razões para a construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota são três, e decisivas: primeiro, o aeroporto da Portela chegou ao fim do seu ciclo de vida; segundo, não há outra alternativa praticável á Qta nas proximidades de Lisboa; terceiro, de entre as loca1izações aventadas, trata-se da localização que melhor serve o país.
Hoje já ninguém põe seriamente em causa a necessidade de um novo aeroporto. Devido ao seu congestionamento e impossibilidade de expansão, por falta de espaço disponível, o actual aeroporto já deixou há muito de responder à procura, com grave prejuízo das ligações aéreas com Lisboa e em especial para a TAP a principal interessada no novo aeroporto.
A solução de um segundo aeroporto para complementar a Portela, mantendo esta em funcionamento, não goza da mínima credibilidade. Não apenas porque a questão da Portela não é somente a sua incontornável saturação — a sua localização dentro da cidade condena-o igualmente por razões ambientais (ruído e qualidade do ar) e pelo risco de acidente sobre a zona urbana -,mas também porque a solução de dois aeroportos seria extremamente onerosa em termos de duplicação de custos de exploração, além de inviabilizar as sinergias de uma plataforma aeronáutica integrada, em termos de transbordo e de conexões de ligações internas e internacionais.
Sendo imperioso um novo aeroporto, o principal problema era a sua localização, dada a difícil situação de Lisboa, no extremo de uma “península” a1tamente povoada e acidentada, tendo do outro lado do Tejo outra península (entre Tejo e Sado), igualmente muito povoada. Reduzida a escolha, no final de um longo processo de selecção, a duas alternativas, a Ota, a norte do Tejo e o Rio Frio, a sul, a questão ficou automaticamente decidida com a eliminação do segundo local por motivos ambientais, nomeadamente a destruição de sobreirais, a rota de migrações de aves, com perigo para a aviação e, sobretudo, o risco para o importante aquífero subjacente. (As mesmas razões valem contra a recente “descoberta” dos adeptos da localização a sul do Tejo, o Poceirão, com a agravante de distar ainda mais de Lisboa do que a Ota e de dispor de ligações muito menos favoráveis.)
É preocupante a leviandade com que alguns adeptos da localização no Rio Frio tentam desvalorizar o veto ambiental. A verdade é que para além da violação das leis nacionais de defesa do ambiente há também as da UE, cuja infracção significaria a impossibilidade do financiamento comunitário do projecto, bem como o risco de um processo por violação do direito comunitário. Razões ambientais menos fortes já obrigaram à deslocalização de importantes obras públicas entre nós, nomeadamente o traçado da auto-estrada para o Algarve.
Sucede que a Ota não foi escolhida somente por exclusão de partes, mas também por ser a solução globalmente mais favorável. Primeiro, ela permitirá solucionar as necessidades previsíveis do transporte aéreo nacional (nas estimativas mais exigentes), pelo menos até 2050 (horizonte dos estudos efectuados, o que não exclui expansão ulterior), sendo totalmente imaginárias as especulações em contrário. Segundo, a distância a Lisboa pode ser vencida facilmente com ligações ferroviárias e rodoviárias rápidas, à imagem do que sucede noutros aeroportos situados a consideráveis distâncias das cidades que servem. De resto, com a decisão já anunciada sobre o traçado da linha de TGV entre Lisboa e Porto, com passagem pela Ota, o novo aeroporto beneficiará das melhores ligações ferroviárias possíveis, tanto a Lisboa e à sua área metropolitana como ao resto do país. O mesmo sucede com a rede de auto-estradas que se cruzam nas proximidades da Ota, sem comparação em nenhuma outra localização.
No entanto, a principal vantagem relativa da localização a norte do Tejo tem a ver com a melhor serventia do universo dos utentes do aeroporto, quer em relação à área metropolitana de Lisboa, quer em relação à Região Oeste, quer em relação ao Centro e Norte, conjunto onde se concentra a maior parte da população do país. Como referia há dias a NAER (empresa responsável pela gestão do dossier do novo aeroporto) “uma localização na Margem Sul não permite a ligação ao eixo de alta velocidade de Lisboa-Porto, que constituí o eixo fulcral do país, onde reside 77 por cento da população de Portugal continental. Uma localização na Margem Sul (...), sendo excêntrica em relação à área em que se encontra a maioria da população da área metropolitana de Lisboa, penaliza também as condições de acessibilidade, designadamente ferroviárias”.
De facto, é errado supor que a generalidade dos utentes do aeroporto de Lisboa provêm ou se destinam à cidade. Desde logo, muitos são passageiros em trânsito, de e para outros destinos. Quanto aos passageiros residentes em Portugal, os dados disponíveis (relativos a 2004) mostram que a região de Lisboa e Vale do Tejo é naturalmente maioritária, com 65,4 por cento. No entanto, além de a população dessa região residir maioritariamente a norte do Tejo, há ainda, a considerar que as regiões Centro e Norte do país representam quase 20 por cento dos passageiros residentes, enquanto os utentes de outras regiões representam menos de oito por cento. Por conseguinte, se outras razões não houvesse, há uma decisiva a favor da Ota, que é a maior proximidade em relação à grande maioria dos seus utentes.
Se existe um problema com o aeroporto da Ota, ele consiste em que a sua construção já devia estar no terreno, a tempo de atalhar ao estrangulamento da Portela e a poupar os muitos milhões de euros que vão ser gastos, em pura perda, a tentar remendar o actual aeroporto. Quem deveria estar no pelourinho não é quem finalmente tomou a decisão que se impunha, mas sim quem antes decidiu irresponsavelmente atrasar o processo durante vários anos e, pelos vistos, não hesita nos meios para continuar a travá-lo. Professor universitário
 
Que eu saiba, o Dr, Vital Moreira, é apenas um jurista (e embora existam honrosas excepções, acho que o nosso atraso também se deve a termos sido deamsiado conduzidos por gente dessa área, com muita argumentação, mas pouca preparação técnica...) e aqui o que interessa, são as opiniões dos engenheiros e técnicos nessas matérias (como aquee engenheiro que construiu o aeroporto de Macau) e que , como vimos, são na maioria contra essa opção.
 
Eu não tenho a ideia de que José Manuel Viegas tenha saído por baixo. Pelo contrário. E o Poceirão, mesmo estando a poucos Km de Rio Frio, ao contrário deste e mesmo da Ota, não está dentro de nenhuma zona de protecção ou corredores ecológicos.
 
eu também acho que o engº Viegas esteve bem melhor do que aquela "geriatria" que apoiava a Ota...
 
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