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2007-04-24

 

Médico acusado de ter burlado ADSE em 4 milhões de euros

Começa hoje e, segundo as notícias, deve também terminar o julgamento de um médico acusado de burlar o Estado em 4 milhões de euros, pelo processo de facturação de exames e receitas fictícias. O processo envolve 5 arguidos (mulher, filho, sogro, colega e uma funcionária administrativa).

Quando começaram as investigações, o burlão fugiu para o Brasil com a mulher, que ainda lá está. Depois foi preso e extraditado, aguardando o julgamento no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

O burlão está "arrependido", assume agora todas as culpas com o fim de isentar os restantes arguidos, que assim poderão ter os seus processos arquivados, o que segundo a lei vigente poderá dar-se.

O "interessante" de tudo isto é que ele burlou o Estado em 4 milhões, mas pretende provar que a fraude é de apenas 1,5 milhões, pois alega que o restante foi recebido pelo filho que ficou a gerir as clínicas enquanto o senhor burlão esteve ausente no Brasil. E, agora, até o MP diz no processo que os arguidos não dispõem de meios para repôr a fraude.

Segundo a comunicação social, o senhor burlão empregou o seu tempo de prisão para "desenvolver" um estudo acerca de como deve o Estado legislar para evitar este tipo de burlas, pelo que será uma verdadeira acção de patriotismo pagar-lhe o estudo. Não há almoços grátis.

Assim, o dito burlão não só não deve pagar nada ao Estado pela fraude, como deverá ser proposto para uma condecoração, em data oportuna, e ainda lhe deverá ser pedida desculpa pública por tão grandioso acto de nobreza - a elaboração do grande contributo sobre como fazer a fraude e evitar pagá-la. Apenas a redução da fraude para 1,5 milhões de euros, que tudo indica pode acontecer, não premeia tão ilustre esforço e iniciativa.


Comments:
O que, de incrível, permitem as "nossas" leis. Já percebo o papel dos advogados.
 
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