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2007-04-12

 

Quando os canudos uivam (2)


De todas as histórias que Sócrates confirmou, a mais cândida é a da confiança que a UnI nele depositou, aceitando o putativo conselho científico (ou seria o pedagógico?) elaborar o programa de equivalências sem exigir os certificados de habilitações dos estabelecimentos de ensino que lhe conferiram os graus anteriores. Não é legal, não é lógico, não é sustentável mas, com aquele mesmo ar com que assegurou, durante a campanha eleitoral, que não aumentaria os impostos, José Sócrates fez-nos saber que, na opinião dele, sim, essa confiança fazia sentido.

Talvez faça.

Quem não ficou satisfeito com as explicações que o Secretário Geral do PS, finalmente, aceitou dar, poderá sempre ser olhado como um daqueles invejosos que gostaria de ter sido semelhantemente tratado nas escolas por onde andou. Um mesmo prof para 4 disciplinas (vantagem para o aluno, se o prof for bom); uma cadeira dada pelo próprio reitor (nada mau para a autoestima do aluno) e, por fim, a compreensão que consistiu em fazer fé na palavra de José Sócrates.

É isso.

Meio país, atónito, insiste em querer saber mais, enquanto a outra metade, com mais siso e sageza, continua a confiar “totalmente” na honestidade e boa fé do Primeiro Ministro.

Na minha metade, é quase sempre assim. Somos todos uns grandes invejosos.


Comments:
Permita-me discordar numa coisa: a história de não aumentar os impostos. Tendo acompanhado a campanha eleitoral da altura nos meios de comunicação social a partir de Bruxelas registei várias vezes perguntas sobre esse assunto feitas por vários jornalistas ao então candidato José Sócrates. Perguntas que me pareceram legítimas. E lembro-me perfeitamente, talvez defeito de profissão que me leva a fixar o que os outros dizem, que Sócrates contornava a dita questão dizendo que não aumentaria, A NAO SER QUE a situação que encontrásse o exigisse. Para mim isso queria dizer que sim. Para muitos quis dizer que não. Mas as interpretações são da nossa responsabilidade. Peço desculpa pelo comentário um pouco longo, Sofia
 
Viva Sofia.
Acompanho-a na sua interpretação. Porém, na propaganda política, o "não, mas..." guarda as suas diferenças do "Sim". Para si e para mim, a evasiva de Sócrates preparava o aumento de impostos.De acordo. Para outros, não. Pode ter sido a diferença entre uma maioria simples e uma maioria absoluta.
Pormenores?
 
Olá Manuel Correia,

Se significou a diferença entre maioria simples e absoluta então de facto não foi um pormenor. No entanto, 2 anos volvidos continua com bons resultados nas sondagens (tendo em conta o desgaste habitual nesta altura dum mandato, são óptimos).Mas compreendo o seu ponto de vista. Sofia:-)
 
Caro Manuel Correia,

Leia a imprensa desta manhã. Compreenderá melhor a razão pela qual JS escolheu defensivamente aquele formato de "entrevista". Mentiu e ocultou factos. O que vem a seguir, então, nem queira saber...

Luis Narana
 
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