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2007-04-30

 

A Turquia: golpe militar ou islamização?

Para a União Europeia sobeja o dilema: defesa da democracia com o perigo da Turquia resvalar para o "Irão" e acabar com a democracia ou o apoio ao golpe militar para a defesa da... democracia! Por agora a UE, salva a face e adverte as forças armadas turcas para não intervirem. Talvez com a esperança de que elas ameaçem quanto baste.

Duas gigantescas manifestações com mais de um milhão de manifestantes cada uma, há 15 dias na capital, Ancara, e ontem em Istambul, que tiveram o apoio explícito das forças armadas, exigem a continuação do Estado laico e opôem-se à candidatura do actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Abdullah Gul, à presidência da República, proposto pelo partido islâmico moderado do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan. O PR é eleito pelo parlamento, com mais de 2/3 dos votos ou por maioria simples, à terceira tentativa.

Os manifestantes não querem ter uma "primeira dama" que usa véu e exibiam slogans como o de "Erdogan vai para o Irão" ou "nem sharia nem golpe de Estado".

O candidato do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder) pode facilmente ser eleito pelos deputados à terceira tentativa pois o seu partido tem maioria absoluta no parlamento.

O primeiro-ministro mantém o braço de ferro com as forças armadas que constitucionalmente têm a responsabilidade de defender a laicidade do Estado e a herança de Mustafa Kemal Ataturk, o "pai da pátria", que fundou o Estado moderno, laico e ocidentalizado da Turquia, em 1923 e que já fizeram quatro golpes de Estado no últimos 50 anos (1960, 1971, 1980, 1997).

O Caso está no tribunal constitucional e uma saída pode ser a convocação de eleições antecipadas. Só que estas podem dar de novo a maioria a Erdogan.

Recep Tayyip Erdogan tem origem nos movimentos teocráticos islâmicos dos anos 90 mas que a certa altura arrepiou caminho e fundou o seu próprio partido islâmico moderado. No entanto, os defensores do Estado laico receiam que essa trajectória acabe por ser uma manobra que leve à república clerical.

Estas manifestações são a expressão do medo do regresso à sharia, à Idade Média, a um regime como o do Irão. É o confronto de dois estilos de vida o das grandes cidades e o do meio rural profundo. Erdogan é um símbolo do protagonismo de uma nova classe que se fortaleceu com os trabalhadores rurais, analfabetos e religiosos, que nos últimos 20 anos inundaram as cidades com o boom económico. Diário Digital/Lusa ou NYT ou El País.


Comments:
O texto tem muitas gralhas e erros. Mas o tema tem interesse que baste.
 
no rectângulo é ao contrário!
não se fazem manifestações para impedir o regresso à idade-média nem às trevas do botas!
 
Pelos vistos a escolha da Turquia é entre um governo islamista democraticamente eleito e uma ditadura militar laica. Foi o que aconteceu há alguns anos na Argélia e deu no que deu...
 
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