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2007-05-30

 

12 ou 14 salários

Na 2ª feira, no programa prós e contras levantou-se uma questão sobre a qual tenho vindo a pensar: A questão de pagar 12 ou 14 salários por ano.

Fiquei muito surpreendido por ver que nesta questão os patrões e os trabalhadores se encontram em diferentes lados da barricada.

De facto nunca percebi porque razão se pagam 14 salários actualmente em Portugal. Parece-me ser uma questão histórica tendo sido uma forma de em determinada fase da vida do País conseguir um aumento substancial dos salários através da introdução de mais dois pagamentos.
Também compreendo que o subsidio de férias, no tempo em que o acesso aos bancos era difícil (para fazer depósitos, levantamentos, gerir o dinheiro) e que desta forma se incentivavam os trabalhadores para que gozassem férias. Já o 13º mês me parece que é apenas uma forma de aumentar o consumo idiota na altura do natal (conheço pessoas com ordenados baixos se vêm com mais um ordenado e uma enorme pressão dos media para comprarem prendas e que o gastam todo nesta prática).

Este sistema (dos 14 meses) é um sistema complicado uma vez que dificulta numa série de questões: na comparação com os salários de outros países ; na organização da tesouraria das empresas ; nas contas pessoais de cada um (que não consegue avaliar imediatamente a sua capacidade de consumo) ; na forma irracional como cada um muitas vezes gasta os recursos adicionais recebidos naqueles meses (as contas anuais como seguros não são necessariamente pagos em Dezembro).

Actualmente ocorreram mudanças indiscutíveis na sociedade : O funcionamento do sistema bancário ; o aumento das habilitações literárias dos trabalhadores ; existência de organizações de apoio ao consumo.

Desta forma não vejo porque razão não se há-de mudar para um sistema de 12 salários, obviamente sem qualquer perda de rendimentos anuais. Gostava de perceber também a perspectiva das organizações sindicais uma vez que sendo o debate dedicado a outro tema (a greve) não se esgrimiram argumentos.
Comments:
Poderei estar de acordo por princípio com 12 ordenados. Mas não é apenas uma situação portuguesa.
Mas atenção, alinhar numa mudança sem regras bem definidas, certamente quem trabalha leva no coco. A alinhar ter bem os pézinhos na terra.
 
O problema só se punha se fossemos caso único e, mesmo assim os países não tÊm que ser todos iguais e há que respeitar as culturas e os hábitos de cada um. Eu quando aparecem estas propostas, desconfio. Quanto mais se cede, menor é a base a partir da qual se parte para uma negociação. Note que também falou em termos mais dois feriados que a média europeia.
O argumento da tesouraria não é válido aqui, para isso existem as provisões.
 
Quem muito se agacha ... Não está aqui a questão essencial. Não estou de acordo com a oposição sistemática ao governo até porque pretende fazer coisas porque este país tocou no fundo. Mas convém não dar as abébias todas ao patronato, por muito simpático que seja...
 
Percebo que em negociações é importante defender o que nos é caro e negociar.

Esta não é de facto uma questão essencial.

Como assalariado que também sou não vejo em que medida os 12 meses me prejudicaria. Até acho que seria melhor.

Segundo percebo então dos comentários a questão deve ser usada como moeda de troca em negociações. É por isso apenas táctica.
 
A primeira das razões que poderiam ser invocadas para o prejuízo dos trabalhadores seria a questão fiscal.
Por outro lado, não se está a falar de capacidades iguais de recurso ao crédito: os empresários têm condições melhores para a ele aceder. Para além disso têm de ter capacidade de planear as suas despesas - afinal estamos a falar do curto prazo.
CT
 
Mas em termos fiscais não existe qualquer diferença. Ou então não a estou a ver.
Quanto ao crédito também não percebo a diferença entre ter 12 ou 14 salários.
 
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