2007-05-15
Emergência do "extremo-centro"? (Aqui há gato...)
Compreende-se facilmente que as designações “extrema-esquerda” e “extrema-direita” tenham sido inventadas ou, no mínimo, validadas e postas em uso, pela boa consciência de quem, acima dessas paixões exageradas e radicais, se imagina numa posição equidistante dos “extremos”.
Na introdução à política, leve e breve, que nos é servida com a sopa de letras dos comentadores em voga, perpassa esse tique de superioridade do “centro” face aos “extremos”.
Quem advoga políticas bem definidas com vista a robustecer a condição ameaçada dos trabalhadores por contra de outrem, é associado a um dos “extremos” e acusado de “irrealismo”, “botabaixismo”, “comunismo” e por aí adiante. É nos bons resultados atingidos pelas empresas (e, logo, pelos empresários) que reside a “riqueza das nações”. Para os crentes nas virtudes da “mão invisível”, havia ainda lugar para aquela ideia peregrina segundo a qual, ao acautelarmos e defendermos os nossos interesses, acabávamos, todos, por contribuir para o bem comum.
Depois a coisa complicou-se ao ponto de, mesmo os sociais-democratas, andarem a reconhecer a legitimidade dos direitos de uns e a apontar a “historicidade” dos direitos de outros…
Neste quadro de mudanças que, em muitos casos, mais parecem retrocessos, a inovação terminológica dos Gato Fedorento vem mesmo a calhar.
No fundo, segundo eles, a política foi assaltada por um novo tipo de extremismo. O “novo” extremismo chega-nos do próprio “centro”, e passou a chamar-se, desde 13 de Maio último, “extremo-centro” ou “extremo-centrismo”.
Porventura, para uma futura demarcação geométrica de posições, estaremos face a um triângulo, apontando cada vértice para um dos extremos, (extrema-esquerda, extrema-direita e extremo-centro), conforme a ilustração deste poste sugere.
Assim, a política passa a ter novo interesse, e a ser feita por extremistas de todos os quadrantes e compromissos.
Ficamos a dever mais esta aos Gato Fedorento.
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