.comment-link {margin-left:.6em;}

2007-05-31

 

Meu deus! Uma greve geral?...

Eis-nos chegados a um tempo em que muitos socialistas enrolados no PS acham por bem acusar os bloquistas (frequentemente), os comunistas (sempre), os sociais-democratas (às vezes) e, ainda, os solitários de esquerda e de direita (uma chatice para os identificar...) de terem feito uma greve geral que não terá dado os resultados que os seus promotores esperavam.

Cada um dos que decidiu fazê-la tornou-a um pouco maior do que seria, presumo, sem a sua participação.

Com o medo e a intimidação repostos pelos paladinos da “esquerda moderna”, é estranho ver quem ontem se empinava por causa do caso Charrua, ficar agora impávido, fingindo supor que aquilo não tinha nada a ver com o tentacular posicionamento dos novos comissários políticos.

Tanta ingenuidade confrangeria se não fosse fruto de um safado disfarce...

Bom.

Ficam as percentagens.

A greve não foi geral porque não paralisou tudo.

Quando o ponto de partida para a análise é deste tipo, bem se lhe pode juntar, a seguir, aquele outro julgamento, potentíssimo e arrebatador, segundo o qual as organizações sindicais (a CGTP, sobretudo) não adiantaram reivindicações concretas mas sim causas (por favor não riam), propostas irrealistas, etc.

Chegámos a um tempo em que os trabalhadores e as suas organizações não têm razão porque são como são, o desemprego sobe, e este governo, que se reclama de um socialismo pós-social, está a esfrangalhar-lhes os direitos.

Quando o PS está no governo é sabido que os trabalhadores começam a ficar tontos, são atirados para maus caminhos e perdem toda a razão.

Os trabalhadores que fizeram greve ontem, tiveram a coragem de, ao lado de muitos outros que recearam (com razão) perder o emprego ou, de algum modo, ser desfavorecidos em próximos contratos e acertos, mostrar que o exercício da liberdade sindical também se testa nos momentos menos auspiciosos.

Fazer supor que só quem não fez greve é que estava banhado em lucidez e pôde exercer os seus direitos é um expediente retirado de uma despensa ideológica que cheira a mofo.

E depois desta greve?

Sim! E depois?!

Ah! Bom.

Estava a ver que ninguém perguntava...


Comments:
Mê grande maroto. Nunca me enganaste. Sempre foste um grande grevista!Porque é que não explicas aí a um tal de Lester, que até há empresas que pagam 15 e 16 meses por ano?
Nem ontem nem hoje, isto nunca teve mau para todos.
Porque é que haviam todos de fazer greve?
Um abraço.

C. Azevedo
 
Quem discorda tá feito. Respndendo à letra, embora não seja no registo certo. MC só disfarça. A cartilha lá ficou. Porque razão quem acha que a greve não foi geral tá feito com o governo? Essa dos rótulos é marca de teor fascizante.
 
O Manuel ao menos salvou-se de ser acusado de tocar a "cassette".

Esta técnica de comentar o comentador e não os argumentos tem que se lhe diga.
 
1. Como muitas outras gentes, presumo, hesitei em aderir a estas greves. Foram várias, apesar de só se falar na "Geral". Alguns sindicatos de sector - o dos Quadros Técnicos do Estado, entre outros - convocaram greves "não gerais" para o mesmo dia. Acabei por aderir. O paleio dos governantes não me tem convencido. Na secção em que trabalho terei sido o único a aderir. Nunca me senti mal por não ir com as "massas". Geral ou não, achei justo fazê-la.

2. Um abraço tb para o C. Azevedo, dos melhores provocadores que conheci (até hoje...). Obrigado pela visita. Aparece mais vezes.

3. Ao anónimo que fala da minha "cartilha" direi (apesar do tom inamistoso) que deve ter alguma razão. As cartilhas pesam muito nas nossas vidas. Se um dia tiver pachorra para nos falar da cartilha dele, estou de braços abertos.

3. De acordo com o Rui quanto à baixeza deselegante das cargas ad homine. Porém sinto uma espécie de dever em aproveitar-lhes uma parte (há quase sempre uma parte que se aproveita) e tentar discutir.
Esta das "cartilhas" agrada-me. Será que as "cartilhas" só pesam aos "solitários de esquerda"?

4. Tomei conhecimento de muitas situações de intimidação na AP. Umas mais grosseiras do que outras. Estarão os nossos companheiros socialistas de boa consciência quanto às prepotências rasteiras que surgem a par de reformas incertas?
 
Caros,
Creio que o outro Rui Bebiano já o disse, mas me chegaram-me aos ouvidos alguns sons de pequena confusão de personalidades. Situação que não é inédita. Existem dois Rui Bebiano na blogosfera, de facto. No meu caso, um pouco mais velho, sou aquele que se pode encontrar em http://aterceiranoite.wordpress.com
Saudações a todos,
Rui Bebiano
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?