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2007-05-25

 

O PR pede consenso

Cavaco Silva quer um "consenso técnico e político" sobre a localização do novo aeroporto. Que «seria altamente benéfico para o país que a Assembleia da República realizasse um debate aprofundado sobre este projecto com base em estudos realizados por organizações e instituições competentes, dado o impacto para gerações futuras». [link]

A questão da Ota é, pela evidência de factores negativos da localização e pela dificuldade da avaliação dos aspectos globais conexos, um assunto excelente para a demagogia política, para a guerrilha partidária, para o desgaste do Governo com base não em verdadeiras mas em falsas razões. Marques Mendes viu na Ota uma tábua de salvação para mostrar que existe e que faz oposição, ao país e à forte oposição interna.

Mas o aeroporto na Ota que teve a aceitação dos Governos Barroso e Santana (inclusivamente apresentaram o pedido de comparticipação financeira em Bruxelas) e que nunca suscitara qualquer reserva de Marques Mendes enquanto governante, tornou-se, sem dados novos, para ele, uma hidra nacional.

Cavaco Silva quer um consenso técnico? Não há nem pode haver consensos técnicos sobre tal assunto. Os técnicos o que fazem é dar uma resposta aos problemas técnicos que a obra levanta e esses, os da Ota a engenharia portuguesa sabe resolver. Sobre isso há unanimidade de opiniões.

Consenso político? Só se promover a substituição deste Governo, que foi eleito com Ota no programa, por um Governo do PS e do PSD ou então o Governo do PS fazer o que lhe ditasse o PSD.

"Um deputado do PS explicou hoje que o colóquio que a Assembleia da República tem agendado sobre a localização do novo aeroporto internacional de Lisboa corresponde ao debate aprofundado que foi pedido hoje pelo Presidente da República."

É um sofisma inteligente. Mas é precisamente essa a resposta que o PR está a pedir.
(Alterei dois pequenos pormenores: "Um deputado do PS" em vez de "PS" para ser mais rigoroso e adjectivei de modo diferente o "sofisma" ;))

Comments:
Não, Raimundo. Não concordo contigo. A questão não é o que pensam os partidos. A questão é o que pensam as pessoas. Mas isto é um outro debate, muito mais profundo, do qual a OTA não é mais do que um simples episódio. Ou seja, hoje é legítimo pôr a questão: pode haver democracia com partidos? É uma questão dificil de responder e para a qual não estou habilitado a dar resposta. Agora o que tenho a certeza é de que não pode haver democracia apenas com partidos.
J. M. Correia Pinto
 
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