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2007-05-23

 

O salazarismo que permanece em nós. E na DREN

Que disse afinal o professor Fernando Charrua? No DN informa-se que terá dito: "agora quem precisar de um doutoramenteo, manda um certificado por fax." Coisa verdadeiramente inóqua. Mas o Correio da Manhã relata que o que o professor disse foi: "Estamos num país de bananas governado por um filho da p. de um primeiro-ministro". A ser assim o caso muda de figura.
Na minha forma sumária de fazer justiça, não era a directora, como disse aqui, que devia ser objecto de processo disciplinar. Não. Devia ser demitida e o professor que lhe foi fazer queixinhas objecto de severa censura.
Se Charrua viesse dizer que o P-M é filho da p. numa aula, na televisão, num acto público isso era absolutamente inaceitável. Mas parece que ele disse isso no seu gabinete para dois colegas.
Ora eu, que não simpatizo com a truculência de adjectivos deselegantes contra quem quer que seja em público, já disse, intramuros, o mesmo, deste P-M e deste PR e de todos os outros que os antecederam conforme o momento ou a queixa. Numa sociedade livre, num regime democrático, necessitamos como de pão para a boca, de ter a garantia de que podemos sem perigo, não apenas pensar, como na ditadura salazarista, mas também dizer, desabafar, o que nos vier à cabeça, desde que no nosso gabinete com os colegas, mesmo de outros partidos!, em nossas casas com a mulher os filhos e os amigos, com o vizinho no patamar do prédio, ou nos corredores da AR. Desde que não em acto público, ou actividade oficial.
A directora deveria ter dito a quem fez queixa, que desta vez passava em claro o acto de bufaria mas que para a próxima o bufo levaria com um processo disciplinar. Pelo menos moral, se o regulamento não comportar tal medida.

Comments:
Subscrevo a demissão imediata da Directora da DREN.

Mas não acredito que a Ministra o faça. Basta lembrar que no ano passado preferiu ser trucidada publicamente a demitir a a responsável pelos exames.

É que a Ministra é tão corporativa como os professores, mas com os seus.
 
Partilho dessa opinião, que se foi mesmo nos confins de um gabinete, então o "bufo" deveria ser acusado de pidismo da pior espécie.
 
ha gajos que se prestam a cada figura que vou ali ja venho....ir queixar-se do colega??? este tipo não é normal...
 
O que mais me incomoda neste sórdido caso é a atitude mental da Sra. para quem parece natural suspender um funcionário por ter dito mal ( seja lá qual ) do Chefe. E a que sua superior hierárquica ache um procedimento natural. E que o grupo parlamentar do PS recuse explicações por estar a decorrer um procedimento disciplinar que à partida deveriam criticar por inaceitável num país onde o Estado Novo se finou há mais de três decádas.

"Pergunto ao vento que passa/ notícias do meu país"...

Rui Bebiano
 
Eu subscrevo globalmente o teor deste post. Mas dizem-me (tenho 46 anos, não era adulto á época) pessoas que tenho por fiáveis que as anedotas sobre Salazar eram comuns nas repartições públicas no tempo do velho ditador, sem que daí resultassem quaisquer consequências para quem quer que fosse. É natural que assim fosse, de facto. Salazar era ditador, mas não era burro e sabia que nas anedotas e nas piadolas sobre a sua pessoa o povo encontrava um escape inofensivo para a dureza com que exercia o poder.
 
O assunto é muito mais grave do que parece. Basta ouvir o que está a dizer neste momento na RTP N um deputado do PS. Nem sei bem se é deputado. É o representante do PS no debate. Soube agora que é um tal Mota Andrade. My God! ao que isto chegou! Em que tempo estou eu a viver? Não tenho dúvida de que muita desta gente do PS não se distingue em nada da que acolitava o poder antes do 25 de abril.
 
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