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2007-06-18

 

França - a 2ª volta das legislativas



Os círculos eleitorais são uninominais e na primeira volta é eleito o candidato que tiver mais de 50% dos votos. Na segunda volta é eleito o candidato que tiver mais votos. A primeira volta mostra o real peso dos partidos e a segunda revela o voto útil.

Em virtude de o sistema eleitoral ser uninomimal majoritário e não proporcional a percentagem de deputados não corresponde à percentagem de votos.

A UMP com 46% dos votos obteve 55% do nº de deputados (317 em vez de 268)

O PS com 42% dos votos obteve 38 % do nº de deputados (199 em vez de 244)

O PCF com 2,3% dos votos obteve 2,9% dos deputados (17 em vez de 13)

(Post completado às 24 h)


Comments:
À atenção dos iluminados da reforma do sistema eleitoral, aqui deixo as percentagens não dos votos obtidos mas dos deputados eleitos

UMP: 61,94%
PS: 37,70%
PCF: 2,69%
Verdes: 0,72%
MoDem: 0,54%
 
O sistema uninominal a duas voltas (maioritário), como qualquer sistema uninominal distorce muito os resultados eleitorais e não representa certos sectores da população. Os partidos mais pequenos, salvo se tiverem forte implantação regional (e se a área politica a que pertencem - direita ou esquerda - for maioritária nessa região), ficam condenados ao quase desaparecimento do parlamento.
Os defensores da reforma do sistema eleitoral apoiam este sistema (ou o sistema uninominal de maioria simples - o "first past the post" dos Ingleses, ainda menos representativo), por várias razões (não necessáriamente apenas estas):
1 - Acabar com o fosso entre os deputados e os eleitores. Uma boa ideia, mas arriscamo-nos a ver mais alguns caciques locais no parlamento e descredibilizar a Assembleia da República. O sistema misto com correcção de proporcionalidade funcionaria (um pouco) melhor.
2 - Modas importadas do exterior. Não costuma dar bom resultado importar acríticamente modelos de outros paises, como Portugal já sentiu na pele tantas vezes (os exemplos abundam na politica, urbanismo, costumes, etc).
3 - Tentativa de reduzir a concorrência partidária. Alarga a distância entre os eleitores e os eleitos e acaba por prejudicar os partidos que dessa ideia fizerem uso.

Sistemas proporcionais ou mistos, com ou sem barreira de representação (dentro de valores razoaveis, não à moda da Turquia com os seus 10%), acabam por ser melhores.
Quanto à potencial instabilidade governamental do sistema proporcional (quando não há maiorias absolutas), ela só existe onde não há maturidade politica suficiente para se chegar a coligações estáveis.
 
Atenção: as verdadeiras contas entre percentagem de votos obtidos
e percentagem de deputados eleitos só se deve fazer em relação aos às percentagens obtidas na 1ª volta e nunca na segunda, porque nesta muitos candidatos já não estão em liça e há à mistura do voto útil ou da chamada «disciplina republicana».
 
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