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2007-07-20

 

Força de expressão (2)

Ao enfraquecimento da direita partidária, de que as eleições para a Câmara Municipal de Lisboa são a expressão mais recente, tem correspondido, no plano social, uma ininterrupta deterioração dos direitos dos trabalhadores e das suas organizações. Perante o desnorte e fragilização do PSD e do CDS, os movimentos sociais da direita, aproveitam a ocasião, posicionam-se, e sobem a parada!

Segundo a TSF [ver aqui] a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação da Agricultura Portuguesa (CAP), a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) e a Confederação do Turismo Português, assinaram um comunicado conjunto, reivindicando a par de muitas outras razões para despedimento, as de carácter político e ideológico.

Vejam lá. Que surpresa!

As elites patronais tinham ideais reservados acerca do funcionamento da democracia no plano social. Andaram a disfarçar este tempo todo e agora, em finais de Julho, soltam a franga.

Espero que não tenha sido por acharem que, em maré de ofensiva geral contra os direitos dos trabalhadores, este maximalismo poderia dar cobertura e tornar mais aceitáveis as medidas que têm sido tomadas por um partido (o PS) que na oposição combateu o Código do Trabalho de Bagão Félix, e agora, no Governo, piorou o código, de tal modo que o próprio Bagão se escandaliza, envergonhado com tanto exagero anti-cristão.

José Sócrates e Vieira da Silva sempre se poderão indignar e afirmar publicamente que os patrões estão a exagerar.

Nem tanto ao mar.



Comments:
Só quem queira ter andado distraído se pode admirar com estas posições das confederações patronais. Eles sempre pensaram assim, como possivelmente outros sempre pensaram que o 25 de Abril foi um "contratempo".

Mas não deixa de ser curioso como só neste instante histórico julgam estar reunidas as condições para o dizer de forma tão claramente aberta.

Como se diz no próprio documento das C*P's: "Consideram, assim, estas quatro Confederações Patronais ser este o momento oportuno para exporem o quadro que entendem dever resultar da projectada revisão da legislação laboral e que consideram ser crucial para a competitividade e viabilidade do tecido empresarial em Portugal."

Este é também um ponto crucial do documento e não é inocentemente que o usei como "frontespício" ao meu post sobre o assunto.

Mas o documento tem mais propostas arrepiantes como uma coisa intitulada "Justa causa subjectiva de despedimento"

Nota: sublinhados meus
 
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