2007-07-26
O que faz falta para isto ser de esquerda
Concordo com a maioria das medidas deste Governo como o Simplex, a racionalização dos serviços na Saúde, na Educação ou na Justiça indispensáveis para o equilíbrio orçamental. Concordo com quase (quase) tudo.
Mas...
Mas e é aqui que bate o ponto. Um Governo que pretenda ser de esquerda (a mim bastava-me que fosse tão de esquerda como o de Zapatero) não pode equilibrar as finanças do Estado atingindo apenas as classes trabalhadoras e as classes médias. Claro que tenho presente o corte de certas regalias ofensivas do bom nome da República como as pensões vitalícias do Banco de Portugal, de deputados e outros agentes da classe política, de acumulação de reformas e ordenados do Estado, etc. Mas isso é apenas simbólico. É apenas para o pessoal político.
Falta uma política que distribua proporcionalmente aos rendimentos (e de forma progressiva) os custos da redução do défice e das reformas do Estado. Uma política que aperte mais o cinto a quem mais barriga tem.
Falta é uma política que não aliene a REN, as Águas de Portugal, e outros sectores que são por natureza monopolistas, cujos lucros podem dar alguma sustentabilidade às polítcas sociais do Estado ou que no Estado servirão melhor os utentes. É necessário não sacrificar os interesses de longo prazo às urgências impostas pelo défice das contas públicas.
Não se exige que "os ricos paguem a crise" mas apenas que não fiquem de fora. A rir-se, como estão!
Que não sejam apenas os despossuídos a pagá-la enquanto os afortunados enriquecem ainda mais, como tem vindo a acontecer e se percebe pelos seus rasgados aplausos ao Governo.
Não é chocante que nos últimos 5 anos as remunerações na economia tenham subido 15% e nos conselhos de administração das grandes empresas 300%. Não é chocante que se alargue o fosso entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres da população portuguesas e que esse abismo seja em Portugal quase o dobro da média da UE? Não se alegue que é o sector privado e tal. O Governo é para governar o país e não apenas para governar a Administração Pública.
Ora mudar o rumo nas políticas de redistribuição da riqueza (sem negar quão fundamental é o aumento da produção da riqueza, do desenvolvimento, etc., etc.) não exige nenhuma revolução nem métodos revolucionários, exige apenas uma mais firme e sólida preocupação social. Não é necessário inventar nada. Basta ir ao norte da Europa passando pela Espanha e adaptar a Portugal as medidas sociais (e não apenas as tecnocráticas ou de bom governo) que levam a maior justiça social.
Comments:
<< Home
Hoje pediram-me dinheiro na rua,e não foram os habituais,pediram-me chamando-me silenciosamente à parte!
Por que será que todos se calam e você não!
FRATERNALMENTE
Por que será que todos se calam e você não!
FRATERNALMENTE
Até me custa comentar. Não, não é medo, juro.
Só consigo dizer que não tivemos nenhum Felipe Gonzalez.
Em Espanha O cidadão conta!
Só consigo dizer que não tivemos nenhum Felipe Gonzalez.
Em Espanha O cidadão conta!
Caro Raimundo
Pasma-me que consiga concordar com quase (quase) todas estas medidas que teem, como critica, tais consequencias práticas. Afinal, se a tal racionalização se faz basicamente à custa dos que menos teem e se os ricos não só não pagam a crise como benificiam com ela, qual a bondade das medidas? Sim porque nestas coisas é como a mulher de César, às "medidas" não bastam ser boas em teoria, teem de ser boas para a maioria da população.
Andará o Governo distraído? Ou pura e simplesmente estar-se-à nas tintas para essa necessidade de "ser de esquerda"?
Pasma-me que consiga concordar com quase (quase) todas estas medidas que teem, como critica, tais consequencias práticas. Afinal, se a tal racionalização se faz basicamente à custa dos que menos teem e se os ricos não só não pagam a crise como benificiam com ela, qual a bondade das medidas? Sim porque nestas coisas é como a mulher de César, às "medidas" não bastam ser boas em teoria, teem de ser boas para a maioria da população.
Andará o Governo distraído? Ou pura e simplesmente estar-se-à nas tintas para essa necessidade de "ser de esquerda"?
Caro Rui, o verbo ter não se escreve assim,mas têm , só o corrijo porque o repete duas vezes! Mas pode-se ler tãeem ou têeem,de acordo com as regiões!
Este fenómeno ocorre também com o verbo vir!Nunca assentámos na sua pronuncia desde a Idade Média,segundo António José Saraiva! se tiver dúvidas consulte,olhe, o nosso CORRELEGIONÁRIO,DIGO CORRELIGIONÁRIO,OU SEUS ASSESSORES
DE COMITÉ ,O SR. DA BASTILHA vai gostar! Fique bem Rui ! Ps crítica, assim com acento,não parlamentar é claro !
Este fenómeno ocorre também com o verbo vir!Nunca assentámos na sua pronuncia desde a Idade Média,segundo António José Saraiva! se tiver dúvidas consulte,olhe, o nosso CORRELEGIONÁRIO,DIGO CORRELIGIONÁRIO,OU SEUS ASSESSORES
DE COMITÉ ,O SR. DA BASTILHA vai gostar! Fique bem Rui ! Ps crítica, assim com acento,não parlamentar é claro !
Olá Rui
A maior parte das medidas tomadas (simplificação, racionalização, eliminação de privilégios, etc) parecem-me adequadas e necessárias. Mas estas sem as outras, as de redistribuição da riqueza (taxas de IRS até aos 60% e taxas efectivas de IRC aos bancos e outras empresas dos 8 ou 10% para os 25% e outras) agravam o fosso social. Com as medidas redistributivas o fosso social diminuiria.
Enviar um comentário
A maior parte das medidas tomadas (simplificação, racionalização, eliminação de privilégios, etc) parecem-me adequadas e necessárias. Mas estas sem as outras, as de redistribuição da riqueza (taxas de IRS até aos 60% e taxas efectivas de IRC aos bancos e outras empresas dos 8 ou 10% para os 25% e outras) agravam o fosso social. Com as medidas redistributivas o fosso social diminuiria.
<< Home