2007-08-22
Força de expressão (18)
Sem desprimor para a entrevista, na sua globalidade, disponível no podcast da Antena 1 [aqui ou ali], que vale a pena (re)ouvir, este aspecto levanta uma questão adormecida: deveria a vida interna do PCP, com o que representa para a cultura política do século passado, permanecer afunilada nas versões oficiais e autorizadas?
De resto, como julgo sabermos, certos documentos oficiais não mentem menos nem são mais verdadeiros do que as diferentes perspectivas aparentemente contidas nalguns apontamentos que os dissidentes conservaram.
Apontar os documentos oficiais do PCP como resposta a algumas das questões suscitadas, parece-me redutor. Pode continuar a não haver interesse nem disposição para discuti-las. É compreensível. Sem o menor desrespeito pelo “rude mas exaltante empreendimento humano”, expressão que Vítor Dias toma apropriadamente de Manuel Gusmão, conviria juntar, na circunstância, o aforismo de Terêncio: “(...) nada do que é humano me é estranho”.
Melhor ou pior, o entendimento dos humanos há-de encaixar os testemunhos de cada um na institucionalidade das posições e documentos oficiais.