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2007-09-14

 

Cara de Poker (2)

Cavaco Silva, José Sócrates e Luis Amado optaram por dar um sinal de conformismo face aos desígnios imperiais de Pequim, evitando receber o Dalai Lama. Não fossem eles, respectivamente, o Presidente da República, Primeiro Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros, e a coisa ficaria apenas pelo que eles são. Assim, fica também pelo que eles são capazes de ser. Cavaco Silva, muito pesaroso, lamenta não ter dado entrada na Presidência da República nenhum “pedido” da parte do Dalai Lama (tchiiii, a falta de informação que às vezes há por Belém...); os membros do Governo dão a entender, obliquamente, que as razões estão mais ou menos à vista.

Em compensação, Jaime Gama foi muito simpático na recepção e quase se excedeu em gentileza e solicitude.

Da China, os seus dirigentes sorriem.

Afinal ainda há europeus que elevam os princípios de uma diplomacia pragmática mais alto do que os direitos humanos.

Finalmente temos uma política para a Ásia.

Mao não faria certamente melhor.




Comments:
Não leio e está dito, dtesto estas estratégias que redundam no fanatismo !
 
Não leio e está dito, dtesto estas estratégias que redundam no fanatismo !
 
Era bem o que me faltava, ler um comentário deste tamanho, amigo Luis...
Pedindo desculpas aos donos da casa por ter "falado" em primeiro lugar com um visitante, digo ao que venho:
Nunca fui do MRPP nem tive outras maneiras de me "interessar por" ou entender a maneira de ser dos dirigentes desse país. Sendo assim, haverá por aqui quém me possa ajudar a perceber se "eles" respeitam mais os governantes estrangeiros que lhes falam de cara levantada, dizendo a verdade, ou os que se agacham, como os nossos e tantos outros?
 
Mas leia Samuel, este artigo até se lê bem e ajuda a compreender muita coisa.
 
Pois eu li com bastante interesse esse artigo que o Luís aqui postou e a quem agradeço pois achei-o muitíssimo esclarecedor.

Para qualquer, mesmo qualquer país, eu respeito sempre os princípios de igualdade de direitos, soberania e não ingerência nos assuntos internos. E valorizo o papel de países que como a China definem como objectivo a construção de uma sociedade socialista na resistência à nova ordem imperialista.

E reconheço que o imperialismo tem tido sempre a China como alvo permanente das suas campanhas de desestabilização para conter e se possível subverter a poderosa realidade geostratégica que ela representa.

Para mim é do interesse das forças do progresso e da paz que fracassem tais objectivos e que os povos chineses, como todos os povos do mundo, possam decidir sem pressões e ingerências a sua própria via de desenvolvimento.
 
Meu caro Luis,

não esperava que um apontamento tão breve originasse um tão longo "copy-paste" que, ainda por cima, nem sequer alude à questão suscitada no meu poste.
Peço-lhe o favor de não voltar a despejar carradas de texto na caixa de comentários. Nós sabemos que a blogosfera não é tudo e também nos cultivamos consultando outras fontes. Se o desejo de citar textos enciclopédicos for, para si, irreprimível, sugiro que nos deixe o endereço web. Isso nos bastará. Entretanto, as caixas de comentários são mesmo destinadas a comentários e não a tratados de história ou seja lá o que for.

Nesse sentido, subscrevo os desabafos do anónimo das 21,53 e do Samuel, convencido que as trocas de impressões neste espaço podem ser menos pesadas, menos missionárias e, sobretudo, mais relacionadas com os postes que as precedem.

Quanto ao comentário da Margarida, que não se incomodou nada em ler o extenso "copy" do Luis, convém lembrar que conversar sobre a atitude dos governantes portugueses face à visita do Dalai Lama, não é o mesmo que confrontar argumentos acerca da autonomia do Tibete.

Para tal, teríamos também de reparar que a caracterização do sistema político da República Popular da China que a Margarida faz, parece tirado de um manual de propaganda e boas intenções.

Cordialmente
 
Mas afinal o Dalai Lama não é mais do que um verdadeiro profissional de Relações Públicas, princepescamente pago para diabolizar a RP da China, verdade Manuel Correia?
 
Não percebo porque é que não gostaram daquele comentário. É grande sim senhor mas é muito esclarecedor. Não o achei nada maçador e li-o todo com muito interesse. Não percebo estas pessoas tão influenciadas pelo imperialismo.
Margarida Luís
 
Se a Margarida se der ao trabalho de ler (ou reler) o que os comunistas que navegavam na onda soviética disseram da República Popular da China e do PC Chinês após a eclosão do conflito sino-soviético, verá que, entre outras acusações (algumas delas bem justificadas) figurava a de que os dirigentes chineses estavam a fazer o jogo do imperialismo.
A União Indiana, que acolhe agora o exilado Dalai Lama, também estaria, então, a fazer o jogo do imperialismo.
O próprio Dalai Lama "não seria mais" do que um perito em relações públicas às ordens do imperialismo.
Não sei se, no meio de tanto imperialismo, nos vai sobrar algum espaço para pensar no Tibete.
Por que não tentar conhecer melhor as aspirações de uma parte dos tibetanos? A preservação da cultura tibetana e o respeito pelos direitos humanos, face ao centralismo de Pequim, não merecerão da nossa parte mais do que a simplificação imperialista?
Eu acho que sim. E a Margarida? O que acha?

Quanto ao texto do Luis, além de não aludir à questão levantada no poste e se mostrar indiferente à sorte dos tibetanos, hoje, não é, de facto, um comentário.
Se nos puséssemos a seguir-lhe o exemplo, tornaríamos a leitura dos textos disponíveis na blogosfera mais penosa do que a prosa de Henri Fool.

Conversar não é propriamente atirar enciclopédias contra o oponente.
 
Imperialista vem de imperial, cerveja, não bebo nem da Nacional nem da Estrangeira, gosto do bom vinho, mas do bom! Quanto ao sr.D. Lama, estou como um amigo inglês me perguntou:- Mas com umas vestes muito diferentes das dos guarda-costas, onde guardará o sr a carteira? Eu respondi-lhe que não sabia, mas achava a pergunta interessante, ele que consultasse o chácara alaranjado !
 
Mas entretanto já se soube que de facto o Dalai Lam esteve na folha de pagamentos da CIA (180.000 dólares por ano), também se soube que a CIA criou a “ST Circus Operation) para treinar, financiar e armar os enviados do Dalai Lama, que criou nas Montanhas Rochosas do Colorado um campo para treino dos contra-revolucionários, que depois “parachutou” (juntamente com material de comunicações, armas, munições) para perto de Llasa e que dirigiram o levantamento e os distúrbios, que foram eles com o apoio directo da CIA que prepararam a fuga do Dalai Lama e dos seus seguidores para a Índia, que foi também a CIA que lidou com o Presidente da Índia para os acolher, que foi depois a CIA e as centenas de “treinados” que depois montaram o Camp Mustang no Nepal donde se “entreteram” a matar e a emboscar qualquer desgraçado chinês que passasse nas estradas por perto, que há registos das instruções do Dalai Lama a explicar que matar “comunistas chineses” era permitido pelo budismo, etc., etc., etc. E sabe-se que este circo completo apenas deixou de ser gerido, financiado e municiado pela CIA já nos anos 70 com o Nixon...

Presumo que o circo agora estará a ser coordenado por uma daquelas agências que dependem directamente da Secretaria de Estado, e tudo isto numa região autónoma da China, que pouco mais tem de 2 milhões de habitantes mas que de facto ocupa um oitavo do território chinês. E eu lembro-lhe que há mais de 1300 milhões chineses de 56 nacionalidades. Contudo a fixação é com a região autónoma menos densamente povoada...

E aprendi tudo isto entre ontem e hoje, através dum link dum comentário no “Amigo do Povo” e através desse texto do Vermelho. Às vezes as caixas de comentários permitem-nos aprender muito mais. Eu continuo muito grata a quem me permitiu o acesso a todas estas informações.
 
Margarida,

li este seu último comentário à procura de uma nesga, ínfima que fosse, de curiosidade acerca das liberdades, direitos e garantias dos tibetanos, postos em minoria no Tibete. Não encontrei nada. Optou pela linha segundo a qual se o Lama não é puro, a causa também não o é.
Em matéria de leituras, dispensou as que eu lhe sugeri.
Com tanta curiosidade e disponibilidade mental para apreciar outras perspectivas, ainda acaba convertida ao socialismo chinês.
Veja lá!?
 
Pois é Manel mas mantenho exactamente o que já disse, que para mim é do interesse das forças do progresso e da paz que os povos chineses, como todos os povos do mundo, possam decidir sem pressões e ingerências a sua própria via de desenvolvimento. Para mim é uma questão de princípio.
 
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