2007-09-02
Entre as brumas da memória. Leitura a não perder
Li-o quase de um fôlego. Bem escrito e com uma leitura muito agradável. O tema é a luta de grupos católicos contra o regime do Estado Novo dos anos 60 até à sua queda em 1974. A sua leitura achei-a aliciante não apenas pelo tema em si mas porque ela acompanha por caminhos paralelos a luta de outros sectores anti-fascistas que conheço melhor, particularmente as lutas dirigidas pelo partido comunista no qual me integrava . O livro acabou por ser lido, nalguma medida, como um roteiro da minha própria participação na acção política contra a ditadura. Dei frequentemente comigo a lembrar, em cada momento relatado por Joana Lopes, onde estava eu e o que faziam outros grupos que conhecia de perto.
O livro faz luz sobre lutas, umas legais outras clandestinas, que nos seus traços gerais já conhecia, ainda que não todas, mas a que a escrita de Joana Lopes dá vida, revela rostos e atitudes, dá forma à muita coragem que foi necessário reunir para afrontamentos com a PIDE e a alta hierarquia da Igreja aliada de Salazar. Foi exigida muita coragem e sangue frio particularmente a alguns que ocupavam lugares na hierarquia da Igreja ou das suas organizações mais importantes como a Acção Católica a cuja Junta Central Joana Lopes pertenceu. Fiquei a conhecer melhor e, naturalmente, a apreciá-las mais, figuras marcantes dos "católicos progressistas". Também o livro me revelou com maior nitidez certas figuras máximas da Igreja desde Paulo VI ao chefe máximo da Igreja portuguesa e amparo do regime fascista o cardeal Cerejeira.
Tive reacções semelhantes ao ler os seus dois livros, sobretudo o que escreveu sobre a ARA.
Quanto à Cristina, ela está sempre em toda a parte!
cordialmente !
Agora há uma na estação do Metro Baixa Chiado Mas disseram-me que só para a semana teriam mais.
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