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2007-09-29

 

Menezes, a vitória do santanismo

Como tinha vaticinado perante vários amigos, ontem ao jantar, Luís Filipe Meneses ganhou. Ganhou o santanismo. Uma deriva populista do PSD originada pela fome e sede de poder e a inconsistência estratégica de conquista, exercício e manutenção do poder. Há analistas que, por Mendes ter o apoio dos grandes barões, já há muito tudo gente citadina, representa as cidades e Meneses os rurais, que há trinta e três anos ainda tinham muito peso e hoje não. E que Marques Mendes com a sua crescente colagem ao Compromisso Portugal representava uma mais vincada vertente neoliberal. E que, por oposição, Menezes se apresentará mais social-democrata deixando assim menos campo de manobra a Sócrates, revelando-se um adversário mais difícil.
Talvez todas estas considerações tenham algum fundamento mas em minha opinião a vitória de Menezes deve-se fundamentalmente à fuga do "aparelho" de Mendes para Menezes. A fuga desse aparelho sequioso de poder, disposto a tudo, para obter o quinhão a que julga, por natureza, ter direito: estar na LISTA. Na lista eleitoral para a câmara, e nas empresas municipais. Na lista para a Assembleia da República, e depois no Governo ou mesmo num lugarzinho à sua sombra, na extensa Administração e nas empresas onde o Estado tem o pé. Na lista para o Parlamenmto Europeu ou ao menos nas sinecuras que gravitam em seu torno.
O aparelho não é o conjunto de "funcionários" ou instalados que Mendes controlava. Na oposição isso é muito pouco, quase nada. Aparelho são os pequenos (e grandes) caciques e "funcionários" por todo o país que perderam o lugar com o ressurgimento em força do PS após o estado comatoso seguido de morte resultante dos governos do PSD/CDS/Durão Barroso/Santana Lopes.
Que resulta para o PS e o Governo de Sócrates. Por um lado uma oposição mais atrevida, mais dinâmica, mais demagógica, mais de "esquerda" e mais de direita, mais incendiária. Mas por outro uma maior divisão no PSD, por um lado os poderosos que quereriam um partido mais credível, um rumo neoliberal à Compromisso Portugal com gente mais "decente", uma estratégia mais prudente mas mais segura e alavancada e por outro os que estão apressados e em stress, dispostos a tudo, mesmo que em desnorte e inconsistente rumo, para chegarem à gamela do orçamento, pequenos, médios e também grandes (estes desde que lhes pareça que a pouca vergonha resulta. Quanto a isso não há quaisquer preconceitos.)
De modo que as consequências para o Governo de Sócrates são difíceis de avaliar com rigor à partida. Mas se para muitos se aparentam piores eu admito que acabem por vir a ser melhores.

Comments:
Nas eleições para a liderança do PSD, o Sporting (Luís Filipe Menezes) derrotou o Benfica (Luís Marques Mendes) contra as previsões de muito boa gente, após um longo jogo com muitos protestos e lances duvidosos que nos últimos dias atiraram o clube da Rua de S. Caetano para o grau zero da política. É o que dá abrir um partido do arco governativo ao voto popular dos militantes. Com Santana Lopes (também do Sporting), prontinho para avançar para a primeira fila do Parlamento, ele que agora foi elevado à condição de herói nacional, e Luís Filipe Menezes, cá fora, a dar a táctica, José Sócrates, que é do Benfica, que se cuide...
 
Alguns anos que levo de experiência na música, ensinaram-me a nunca subestimar o poder da "estética pimba", mesmo que seja em política.
 
Provavelmente passou despercebida aos “autores” deste blog a entrevista dada pela (inefável) Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, ao Expresso deste sábado.

Pergunto: como chegou a professora catedrática esta senhora? Como chegou a ministra?

Sugiro: que este blog coloque link de ligação à entrevista

Suposição: o Mega Ferreira deve ser uma pessoa calma senão ontem logo de manhã teria ido á procura da ministra para lhe ter dado um par de tabefes

Basta de ridículo. Haja juízo e bom senso.
 
o pior, Raimundo, é que "os poderosos que quereriam um partido mais credível" são uns cobardes. pensavam (penso ao contrario) que controlavam eternamente o partido por via do tonto-mendes. só que eleições directas é uma chatice..
 
já agora remeto para o artigo de Maria do Carmo Vieira, sobre a voragem do facilitismo, no J.L...
A voz mais intransigente quanto as reformas educativas, no caso o Portugês,... Qualquer dia o ensino do português como língua materna far-se-á por gestos e apalpação já que hoje é ensinada como língua estrangeira a portugueses. Vem do passado,mas é recentíssimo o fenómeno; até não gosta quem posta de se sentir corrigido. Leia lá caro Raimundo, o que sua Exa outrora forcado , Luis Capucha Director- Geral de Desenvolvimento e Inovação Curricular, deixa passar ou por cumlicidade ou por falta de entendimento que não seja o político ! Cordialmente
 
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