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2007-09-25

 

O desemprego aumenta entre os licenciados

Um país de contrasensos. ... Pouco qualificado em termos de habilitações, mas a "dispensar" licenciados.

O real é que, segundo os dados do IEFP, que, por vezes, levam a alguma polémica política no confronto com os do INE, o desemprego, apesar de apresentar tendência de redução, aumenta entre os licenciados.

Estes dados foram ontem divulgados e é interessante que, ontem mesmo, estando eu num seminário sobre turismo, durante o almoço aconteceu estar de conversa com o director de um dos bons hotéis de Lisboa que, simultanaeamente, gere um excelente restaurante no referido hotel.

Um dos temas abordados no seminário e o único que me suscitou interesse: "a indústria do turismo: alcançar vantagem competitiva através do serviço de excelência" acabou tema da conversa do almoço.

O director de hotel, muitos anos de experiência, muito viajado, conhecedor de várias cadeias hoteleiras, dizia-me a dada altura: o país tem excesso de licenciados neste sector mas não tem cozinheiros à altura. nem gente de copa, nem empregados de bar, nem chefes de mesa, etc, etc, nem gente de recepção de marketing. Tudo isto é fundamental. Das nossas escolas náo sai gente preparada. Ainda por cima este homem já foi docente numa escola superior de hotelaria da região de Lisboa!!

Comments:
Ando a arranjar coragem para escrever sobre este tema e enviar para os jornais (ainda me é doloroso porque tenho um filho nesta situação - parece que fico com os dedos tolhido e uma dor no estômago).

Em que alicerces se funda o nosso "patriotismo"?
Na bola, no rugby?

Porque será que tenho a sensação que os "bons sentimentos e preocupação social com o próximo, também enquanto desempregado, só existe para exibir nas televisões para exorcisar justamente a indiferença, senão mesmo repulsa, pelo próximo (português)?

Se assim não fosse, porque é que os candidatos a um lugar, cujos curricula correspondem ao que é solicitado, NUNCA recebem sequer uma resposta mesmo que negativa?
 
Tem muita Lata o tal Professor do Turismo, apresentou só a falta ,mas mais não disse.... Que cursos são ministrados,não sei... Qual a sua influência..... sim porque esta gente aparece sempre com tal lábia em tudo o que é lugar... Explique -se um pouco melhor, se puder porque este tema também me interessa e não só nas férias quando encontro gente que mal sabe pôr uma lista nas mãos do cliente ,servir um vinho, recolher um prato e nós somos todos muito adiantados no nosso umbiguito pequeno- ó- burguês !
 
Mas diga tudo o que sabe cara Odete,assim nunca incorrerá no vago, como não incorreu, e quem passará por aqui, perceberá o que não é dito!
cordialmente e estou consigo!
 
Mas diga tudo o que sabe cara Odete,assim nunca incorrerá no vago, como não incorreu, e quem passará por aqui, perceberá o que não é dito!
cordialmente e estou consigo!
 
Mas qual contrasenso, caro João Abel? Apenas se trata do efeito imediato da democratização do ensino num contexto de baixa taxa de empregabilidade. Os pais esgatanham-se para terem os filhos licenciados, não os querem (a não ser quando se têm que render à rufinice relapsa ao estudo por parte destes e para evitar que caiam na vadiagem e na droga) a limpar copos, servir cocktails, fazer refogados e compor talheres nas mesas dos turistas. E este Estado, mesmo virado ao centro, a isso ajuda e incentiva. E Sócrates afina o foguetório, distribuindo computadores em vez de guardanapos, copos, talheres, tachos, panelas, martelos e chaves de fendas, apelando - em contumácia desestabilizadora – à crença numa suprema missão nacional de qualificar, licenciando mais, o bom povo laboral português. Ora se, entretanto, o desemprego cresce, se mantem ou sofre ligeira diminuição, com o movimento ascensional da escolarização, para quem sobra a desdita do não emprego?



Obviamente que a solução, enquanto se mantiver o quadro interno de estagnação económica e défice de emprego, passa por duas inexoráveis vias complementares: a) a parte não absorvida dos novos licenciados fazer as malas e ir para onde haja défice de quadros qualificados academicamente; b) adaptar, formando, os imigrantes com mais barriga para encher que canudo para mostrar. Digo eu que não sou economista nem “director de um dos bons hotéis de Lisboa que, simultaneamente, gere um excelente restaurante no referido hotel”, muito menos “docente numa escola superior de hotelaria da região de Lisboa”.

João Tunes
 
Não se pode nem deve confundir uma universidade com um centro de formação profissional.

A capacidade/competência dum licenciado não se resume apenas a uma área científica específica.

A falta de interesse das empresas em contratr licenciados explica o crescente défice da balança de transacções portuguesa.
 
Meu amigo, o que falta por cá, é pessoal para arregaçar as mangas e trabalhar.
P'rá treta sempre abundaram por aí!
 
só falta dizer vão trabalhar prá estiva, queria era vê-los com uma enxada nas unhas!
 
Esclarecendo mais: Nem todos os licenciados podem facilmente emigrar - quem dera que sim - sobretudo os que se licenciaram em humanísticas e que têm a língua portuguesa como principal ferramenta !

Faltou-me dizer no comentário anterior que nem eu nem nenhum dos meus dois filhos recorreu nunca ao Factor C(unha).

Quanto ao outro filho, tenho a dizer o que escrevi há 2 anos:

PARTIR EM BUSCA DE CIDADANIA

Um dos meus filhos, engenheiro informático com especialização em multimédia, inteligência artificial e vários cursos internacionais, ficou subitamente desempregado "graças" à moda das falências duvidosas. Por mais que tentasse, só lhe apareciam contratos temporários e uns 250/300 contos de salário (e só para a casa-(banco) iam 150 contos.
Vendo a situação, um dia enchi-me daquela coragem que vem do fundo da mágoa e disse a este meu filho: vai-te embora deste país para que os meus 3 netos (2 são gémeos) cresçam numa sociedade melhor e equitativa.
Colocou o curriculum na net e foi logo convidado por uma empresa americana de software, para trabalhar em Madrid. (mudou-se há um ano para Barcelona, a convite de uma empresa de “head hunting”).

Só sei que cheguei a Sta. Eugénia, em Madrid, para começar a tratar da papelada enquanto o meu filho trabalhava, e comecei pelo que estava mais perto, que era o centro de saúde. Fui lá tentar fazer a inscrição e perguntaram-me se queria consulta para dali a 30 minutos, porque “no queremos que tenga problemas”!. Não há senhas e muito menos bichas. Não há taxas moderadoras, os reformados não pagam medicamentos. Além disso, nos centros de saúde fazem-se análises, electro-cardiogramas e nalguns até radiografias.
Os centros de saúde estão abertos ao sábado e há consultas médicas no domicílio, caso se justifique, além de os medicamentos serem mais baratos. Só não há é baldas de passar receitas de medicamentos sem justificação nem pr’o cão, pr’o gato,.etc....

Há uma pequena/grande diferença, porém. Antes da inscrição formal no centro de saúde, temos que apresentar o comprovativo do recenseamento - fundamental para planificar até as vagas nas escolas) !
Também o recenseamento e o registo na "polícia de estrangeiros" ou na Segurança Social é fácil: um/a funcionário/a (não é porteiro) está à porta e pergunta-nos o que precisamos. Dá-nos os formulários (muito simples) e indica-nos onde seremos recebidos. Tudo isto sem senhas, nem bichas e sem lojas do cidadão. Algum tempo depois recebemos o DNI (documento nacional de identificação) onde, além do respectivo número, consta ainda o nº de contribuinte, o nº de eleitor, de segurança social e de saúde.
Foi com grande aflição que insisti, em princípios de Agosto 2004, que tinha de matricular 3 crianças – 2 na pré-primária e 1 no 1º ano da primária (meus netos). Disseram-me, admirados com a minha incredulidade, que não me preocupasse “no queremos que tenga problemas”!- a partir de 1 de Setembro tudo estaria resolvido, visto que tinhamos cumprido o dever cívico e o recenseamento estava feito. E assim foi. No dia 13 de Set. 2004, as crianças começaram as aulas, sem problemas.
E não é que, sem que ninguém falasse ou pedisse, o meu neto mais velho que ali iniciou o 1º ano de escolaridade, teve aulas exclusivas de castelhano para não ficar prejudicado no aproveitamento escolar, em relação aos colegas?
A administração pública espanhola parece preferir tratar bem os cidadãos e tudo fazer para lhes simplificar a vida para que eles também produzam mais para o país.

É assim que se forja e cimenta o tão celebrado orgulho espanhol.
Acham que eles mostram o orgulho pondo bandeiras nas janelas em tempo de futebóis?

Resumindo, o cidadão sente-se bem tratado e obviamente cumpre com satisfação os seus deveres de cidadania - porque, além do mais, os percebe com clareza (essa generosidade).
Como não há sigilo bancário, entregam o assunto de IRS ao Banco e está o caso arrumado. Ninguém anda a coleccionar facturas de farmácia e quejandos.
Pergunto:
1. A Espanha está na bancarrota ?
2. O Serviço de Saúde espanhol está falido ?
3. É só em Portugal que se gastam milhões com os ingratos cidadãos? Responda quem souber.

Em Espanha, O CIDADÃO, honesto e cumpridor, CONTA!.
Em Portugal, contam uns cidadãos (vulgo chico-espertos) ou os todo-poderosos ou os que têm cunhas...
 
Compreendo tudo o que diz,mas o seu filho não emigrou, quem emigra são os que chegam do Norte de África e de outras paragens africanas muito mais profundas e longínquas, casos do Senegal e Guiné- Bissau ... Andam meses e meses e morrem alguns deles em barquitos ou quando chegam à praia já não vêm todos, já os números dados à polícia não coincidem com os contados, e só mais tarde os turistas e espanhóis os encontram mortos... e vão a banhos, mesmo ao lado....
Não lhe estou a dar nenhuma informação que não conheça e seja desconhecida do seu filho em Espanha. De nós todos.. O seu filho era até ir para Espanha um português com vários méritos e de várias competências ,que o país não soube aproveitar, digamos um português de primeira, para usar a classificação subjacente ao poste em que falava do segundo, que também nem de segunda era tido ... Não existia, nem resposta a envio de curricula merecia ... Os espanhóis tratam habitualmente bem quem os serve bem, os seus já não, aí encontramos diferenças... Cá nem uma coisa nem outra... Aproveito para realçar o destaque que dá ao mérito, realidade que anda afastava
de todos os quadrantes políticos,inclusivamente nos partidos de direita centro e outros
que para um lado outro deste centro
tendem a correr... Foram bons os seus principios,mas olhe que outros
muito próximos de certas posições políticas não são... E aí tomemos cuidado... Espanha é talvez um mito
também para muitos outros europeus
e o seu filho certamente conhece-os, trabalha com eles, convive com eles...,mas também é servido por eles , noutros lugares, como por exemplo em casa nos restaurantes, cafés , esses que vem das Américas, e com os quais o
seu outro filho nem cá nem lá se gostaria de encontrar... porque ele não se sentiria bem nessa pele,nessa
condição! Muito obrigado, porque assim também me foi dada a oportunidade de compreender, como por vezes temos a alegria em casa e também o seu contrário e quando queremos avaliar tendemos para o lado mais dourado... Cordialmente
 
Compreendo tudo o que diz,mas o seu filho não emigrou, quem emigra são os que chegam do Norte de África e de outras paragens africanas muito mais profundas e longínquas, casos do Senegal e Guiné- Bissau ... Andam meses e meses e morrem alguns deles em barquitos ou quando chegam à praia já não vêm todos, já os números dados à polícia não coincidem com os contados, e só mais tarde os turistas e espanhóis os encontram mortos... e vão a banhos, mesmo ao lado....
Não lhe estou a dar nenhuma informação que não conheça e seja desconhecida do seu filho em Espanha. De nós todos.. O seu filho era até ir para Espanha um português com vários méritos e de várias competências ,que o país não soube aproveitar, digamos um português de primeira, para usar a classificação subjacente ao poste em que falava do segundo, que também nem de segunda era tido ... Não existia, nem resposta a envio de curricula merecia ... Os espanhóis tratam habitualmente bem quem os serve bem, os seus já não, aí encontramos diferenças... Cá nem uma coisa nem outra... Aproveito para realçar o destaque que dá ao mérito, realidade que anda afastava
de todos os quadrantes políticos,inclusivamente nos partidos de direita centro e outros
que para um lado outro deste centro
tendem a correr... Foram bons os seus principios,mas olhe que outros
muito próximos de certas posições políticas não são... E aí tomemos cuidado... Espanha é talvez um mito
também para muitos outros europeus
e o seu filho certamente conhece-os, trabalha com eles, convive com eles...,mas também é servido por eles , noutros lugares, como por exemplo em casa nos restaurantes, cafés , esses que vem das Américas, e com os quais o
seu outro filho nem cá nem lá se gostaria de encontrar... porque ele não se sentiria bem nessa pele,nessa
condição! Muito obrigado, porque assim também me foi dada a oportunidade de compreender, como por vezes temos a alegria em casa e também o seu contrário e quando queremos avaliar tendemos para o lado mais dourado... Cordialmente
 
Obrigada pela comprensão e amáveis palavras que confortam sempre.

Espanha não tem possibilidade de tratar bem (inclusão digna) a verdadeira avalanche de emigrantes, sobretudo os foragidos de África.
Os angariadores/traficantes sabem muito bem os países que "estão a dar" para fazer o negócio deles.
Também existem muitos dos chamados países de leste (bem integrados, excepto os albaneses) e da América do Sul que sempre encontram trabalhos, embora maioritariamente menores.
 
Não escrevo para confortar ninguém nem muito menos por amabilidade ! COMPREENDA.Mas, se for esse o eco, já me dou por feliz!
Reconheço o que fazem as máfias africanas,as europeias ainda sem a Europa a 27,tão perto de nós quer no Campo Pequeno quer no Jardim Constantino também o fizeram ou fazem ou encontram outros métodos e adaptam-se. Ninguém dá por isso.
Já nem me lembro de quem estava no Poder, nos idos 80 ou 9o, mas pelo menos a conciência
histórica não rasura, esses acontecimentos próximos e outros mais longínquos, onde grupos organizados de passadores expoliavam ,nos anos sessenta e setenta. Nem sempre a vida nos corre a contento, e Espanha apesar do nível sócio-económico diferenciado não trata bem os seus! E quem pode também de lá vem, porque Portugal é como a Andaluzia dos anos 70/80, e Lisboa como Barcelona dos anos 80. Para cá vêm viver e aproveitar a reforma, o paraíso algures perdido, ou desenvolver-se comprando herdades no Alentejo, arredores de Évora é um exemplo... No entanto,penso
que qualquerpovo/ indivíduo tem o direito a fugir à guerra, à fome, à miséria,ao não reconhecimento público dos seus direitos e aptidões. Quantos milhões de portugueses o não fizeram!!
Como esquecer os chineses mortos em câmaras frigoríficas, da China mais pobre a caminho de Inglaterra ou a ocupação da Igreja
pelos africanos em Barcelona! A Europa de má consciência, anda sempre por aí a falar, e nós esquecidos de quem fomos por um instante que se converteu em pais
receptor! Também estou a pensar passar valores de que Portugal é um lugar de nascimento, 18 anos feitos
a escolha de uma profissão, três ou quatro línguas na bagagem e toca andar... Aqui tudo é miserável e é difícil viver com a dignidade humanamente aceitável! Passe testemunho aos netos, pois estes costumam ouvir com toda a atenção as avós, já que os pais vivem mais tranquilos e acomodados cá ou algures fora do Portugalito!
Cordiamente.... Ou Silêncio !
 
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