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2007-09-23

 

O Guardador de Rebanhos

I - Eu Nunca Guardei Rebanhos

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
..................

Ver aqui, onde estão, em linha, as suas obras e de muitos outros génios da literaura.


Comments:
Boas novidades recebo!
Aqui deixo um agradecimento por interposta voz, a de Ruy Belo
Breve Sonata em Sol[um](menor, claro)

A solidão da árvore sozinha
no campo do verão alentejano
é só mais solitária do que a minha
e teima ali na terra todo o ano
quando nem chuva ou vento lhe fazem companhia
e o calor é tão triste como o é somente a alegria
Eu passo e passo muito mais que o próprio dia
RUY Belo um dos maiores poetas de sempre! Na minha opinião, mas os gostos discutem-se os desgostos é que é não ! Poste um poema de vez em quando que terá um outro como resposta o que é justo....
um abraço
 
Obrigado, caro amigo anónimo. O Ruy Belo é de facto um Grande poeta e a Breve Sonata em Sol fica aqui muito bem.
 
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