2007-10-06
Casa (Im) Pia de novo na berlinda
A Procuradoria-Geral da República confirmou hoje à agência Lusa a abertura de um inquérito-crime após uma participação da ex-provedora da Casa Pia Catalina Pestana sobre novas situações de abusos sexuais na instituição.
Catalina Pestana afirma em entrevista ao semanário Sol, não ter «dúvidas nenhumas de que ainda existem abusadores internos na instituição»... e que tem «fortes suspeitas de que redes externas continuam a usar miúdos da Casa Pia para abusos sexuais. Desde os anos 60 «há um leque muito mais vasto de abusados e abusadores». [Link]
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Catalina Pestana afirma em entrevista ao semanário Sol, não ter «dúvidas nenhumas de que ainda existem abusadores internos na instituição»... e que tem «fortes suspeitas de que redes externas continuam a usar miúdos da Casa Pia para abusos sexuais. Desde os anos 60 «há um leque muito mais vasto de abusados e abusadores». [Link]
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A Casa Pia é um Instituto público sob tutela do ministério da Trabalho e Segurança Social. Tem 4.700 alunos em 10 estabelecimentos de ensino. Em regime de internato (Lisboa 700 crianças e jovens), semi-internato (2000 alunos, ensino normal e técnico-profissional) e de intervenção social específica (deficientes).
Foi criada em 1780 no reinado de Maria I a "Pia", por Diogo Inácio de Pina Manique, o célebre Intendente Geral da Polícia da Corte e do Reino para atender a infância desvalida. "Adopta para a Casa Pia um plano de estudos que ia muito além daqueles que se limitavam às primeiras letras e ao ensino profissional, proporcionando aos mais desprotegidos o acesso a estudos de continuidade. Promoveu, igualmente, bolsas de estudo para alunos casapianos no estrangeiro, em áreas como a Medicina ou as artes, antevendo a sua posterior colaboração com o país. Tudo isto o destacou entre os seus congéneres europeus." [link]
O Estado (da ditadura à democracia) nunca soube ou pouco se importou em estar à altura das suas responsabilidades para com gerações e gerações de crianças e jovens desamparados. Desamparados em tudo. Na fortuna, no amor familiar, na segurança física. Nem a Justiça nem o Estado conseguem estar hoje ainda à altura das suas obrigações. Com muita passividade nossa. Da opinião pública.
