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2007-10-24

 

O PCP às voltas com Luísa Mesquita

A entrevista de Luísa Mesquita à Sic Notícias, eram 22 horas, foi arrasadora para a idoneidade do PCP. Ela garantiu ser mentira que tivesse deixado à disposição do partido a possibilidade de a substituir nos cargos para que fosse eleita (deputada e vereadora na CM de Santarém). Mais, disse que ficou assente que só aceitava candidatar-se com a garantia de poder cumprir integralmente os mandatos para que fosse eleita. E que um ano depois de eleita, em Junho de 2006, foi confrontada com "a traição do partido ao compromisso assumido com ela."

Um sufoco. Pela minha experiência pessoal custa-me a acreditar nisto tudo. Mas também não posso assim, sem mais nem menos, desacreditar na deputada e vereadora Luísa Mesquita que disse tudo com a maior convicção a uma Ana Lourenço que serenamente a ouvia como quem não consegue fingir a mínima surpresa.
___________________

"O Secretariado do CC do PCP, considerando o desrespeito por princípios estatutários, a atitude de violação de compromissos políticos e éticos, a intolerável situação de recusa em participar nas reuniões, nas jornadas parlamentares do Grupo Parlamentar e no trabalho parlamentar para que foi destacada, decidiu retirar a Luísa Mesquita a confiança política para o exercício dos cargos públicos para os quais foi eleita em representação do PCP: deputada na Assembleia da República e vereadora da Câmara Municipal de Santarém."
[Aqui]

"Luísa Mesquita garantiu hoje que vai cumprir o seu mandato de deputada no Parlamento e manter-se como vereadora na Câmara Municipal de Santarém até 2009, apesar de o PCP lhe ter retirado a confiança política. " Vai pensar, decidirá em função da sanção disciplinar que aguarda. Que talvez fique como independente.
"O PCP não é dono dos lugares no Parlamento" , "Desejaram ardentemente que a minha voz fosse silenciada" ,"Não tenho receio daquilo que o PCP vai fazer."(aqui)
_________________
António Vilarigues, na caixa de comentários, chama a atenção para os Estatutos do PCP, onde reproduz o artigo 54 do qual respigo esta passagem: «Os membros do Partido eleitos para cargos públicos ... em listas promovidas ou apoiadas pelo Partido... têm o dever político e moral de ... manter sempre os seus mandatos à disposição do Partido.»
São deveres políticos e morais que não têm suporte legal pois a lei atribui o mandato ao deputado que assume um compromisso com o eleitorado e não ao partido pelo qual concorre.

Comments:
Caro Raimundo,
Deixo-te, sem comentários, o artigo 54 dos estatutos:

«1. Os membros do Partido eleitos para cargos públicos (Assembleia da República, Assembleias Legislativas Regionais, órgãos das Autarquias e das Áreas Metropolitanas, Parlamento Europeu e outros órgãos ou instituições) em listas promovidas ou apoiadas pelo Partido conduzem, no exercício dos seus cargos, uma actividade de acordo com a orientação política definida pelo Comité Central e, aos diversos níveis territoriais, pelos organismos dirigentes respectivos, e têm o dever político e moral de prestar contas da sua actividade e manter sempre os seus mandatos à disposição do Partido.

2. Os membros do Partido eleitos para cargos públicos têm o dever de, no exercício das respectivas funções e com ampla iniciativa, empenhar todos os esforços e capacidades na defesa dos interesses do povo, articulando a actividade institucional com a actividade de massas do Partido, e de informar os eleitores da sua actividade.

3. Os membros do Partido eleitos para cargos públicos são politicamente responsáveis perante o Partido em cujas estruturas organizativas devem estar inseridos.

4. No desempenho dos cargos para que foram eleitos, os membros do Partido não devem ser beneficiados nem prejudicados financeiramente por tal facto.»
Um abraço
 
Boa tarde Raimundo,
Creio que o Sérgio responde bem à tua "dúvida"...
http://anonimosecxxi.blogspot.com/2007/10/as-iliteracias-voluntrias.html
Como é óbvio não há nenhuma contradição.
Citando «Em nenhum caso a inscrição e a continuidade como membro do Partido Comunista Português são obrigatórias.
Só lá está quem quer!
.
E, já agora, pergunto: não é assim em todo o lado?»
 
Luísa Mesquita continua como deputada, não é verdade? Então de que é que se queixa RN? Queria que o PCP ainda por cima a apoiasse?
 
Luisa Mesquita não é ingénua como ela quer fazer crer. Sabe do que a casa gasta , e não quer ser dactilógrafa do penoso Bernardino Soares. É comum o partido comunista desfazer-se dos seus melhores, e sobretudo se forem mulheres.A aguerrida deputada foi quem mais deu luta , aquando do despacho do ministro dos Negócios Estrangeiros para que contemplasse a entrada da filha em Medicina, Fosse outro deputado do PC engasgava-se. Sabemos que sim , bem pode o Sõ Jerónimo lavar a cara porque ela ficará sempre suja com esta alarvice. Querem-na fora, mandaram-na contar votos em Santarém , pensavam que ela não pesava nada , mas pesou . Assim se vê a cara do PC. Se ela não quer ir para a escola para onde o Pcp a quer impingir como agora querem fazer crer é inútil, os portugueses , mesmo os comunistas já perceberam . Mais um bode expiatório, mas desta vez se sinal positivo.
 
Caro anónimo de 27/10,

Como sabem TODOS os militantes do PCP que comparecem às suas reuniões de organismo o problema começou por ser a aplicação concreta do ponto 4, do artigo 54 dos Estatutos (ver meu comentário anterior).
Que a "coisa" tenha virado (por conveniência da dita ou não) "problema ideológico" só a própria poderá explicar que eu não faço juizos de valores. Apenas analiso factos e os factos são como são.
 
Analisar factos !ah, ah! que grande ingenuidade, direi grosseira, por atacado , como se nada houvesse nos factos que o enformasse. Ainda há gente que pensa que os factos ideológicos ou polìticos são 2 mais 2 igual a quatro. Há o senhor , pouco mais . Enxergue-se. Se mais não pode fazer ! Os militantes alfabetizados vão compreendendo, os outros tem o cartão de militante na carteira. E não me venha com essa de analisar factos, que eu passo a dizer o que você diz, e toda gente rirá da sua álgebra. Vocês não sabem aproveitar quem de melhor têm . Lembram-se do João Amaral ...
Foi aí que percebi isso!
Quem são Os/As parlamentares com visibilidade ? A. Filipe até ver! Diga lá um nome com o arrojo e estaleca combativa de Luisa Mesquita , não consegue, não tem , não há . Resolvam lá o problema de Setúbal , e do funcionário da Câmara da Moita que por inerência polìtica ou técnica ou lá o que e foi que se urbanizou , alterando o Plano Municipal a seu bel-prazer para construir a Mansão tipo Dallas , no concelho como vinha no noticiado e investigado no Público`. Aqui há factos a analisar, há matemática pura não há! Diga_me lá !
Isto têm a ver com ética ,ou tem a ver com factos! ?Risìvel! E pensar que os comunistas dizem ou fazem isto enfurece e torna o diálogo surdo: lAve a cara o Sõ Jerónimo!
 
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