2007-11-07
Para a frente e para a rectaguarda (11)
Às vezes, o melhor, é ir pelo lado mais simples. No inquérito que o PÚBLICO trouxe hoje acerca do que é ser comunista nos tempos que correm, não havia maneira de falar dos ideais, da génese teórica, e do balanço histórico, contornando o principal partido dos comunistas em Portugal.
Na área do PCP há a assinalar que, em contraste com o desassombro de Ruben de Carvalho, Urbano Tavares Rodrigues, que referiu expressamente que ser comunista é ser do partido, deixa escapar uma curiosa expressão: "Não me arrisco a dizer muita coisa" [cf. Caderno P2, "O que é ser comunista", aqui], ao passo que o Secretário Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não encontrou tempo disponível para conversar sobre o assunto.
Uma interpretação precipitada destes sinais, poderia levar a supor que falar sobre o comunismo (ou do que é ser comunista) autoriza os protagonistas na razão inversa das suas responsabilidades. Todos falam, excepto o Secretário Geral do maior partido comunista de Portugal; um destacado intelectual do PCP não quer arriscar muito; e todos os outros entrevistados falam à vontade acerca do que pensam do assunto.
Fica-se com a ideia de que, desinstitucionalizado, o comunismo é melhor.
Na área do PCP há a assinalar que, em contraste com o desassombro de Ruben de Carvalho, Urbano Tavares Rodrigues, que referiu expressamente que ser comunista é ser do partido, deixa escapar uma curiosa expressão: "Não me arrisco a dizer muita coisa" [cf. Caderno P2, "O que é ser comunista", aqui], ao passo que o Secretário Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não encontrou tempo disponível para conversar sobre o assunto.
Uma interpretação precipitada destes sinais, poderia levar a supor que falar sobre o comunismo (ou do que é ser comunista) autoriza os protagonistas na razão inversa das suas responsabilidades. Todos falam, excepto o Secretário Geral do maior partido comunista de Portugal; um destacado intelectual do PCP não quer arriscar muito; e todos os outros entrevistados falam à vontade acerca do que pensam do assunto.
Fica-se com a ideia de que, desinstitucionalizado, o comunismo é melhor.
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Caro Manuel Correia,
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/96615.html
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/96920.html
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/97634.html
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/97845.html
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/88081.html
Sem comentários...
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Eu perceberia este «post» da parte de um leitor «médio» de jornais (que raramente consegue ver para além do lhe põem à frente dos olhos em papel impresso).
Mas não de Manuel Correia quer pelo seu curriculum acadèmico quer por experiências anteriores de análise dos «media».
O tipo de peça publicada pelo «Publico» pode ser agradável para o jornal e até para a imensa maioria dos leitores.
Mas,é ao mesmo tempo. o tipo de peça em que o mais certo é os participantes não ficarem satisfeitos com as suas palavras que, entre tantas outras ditas, foram escolhidas.
Este é, de certa forma, também o reino dos «soundbytes» impressos e, nesse sentido, eu compreendo perfeitamente que o Secretário-geral do PCP, que tem tantas palavras publicadas sobre os temas em questão, não se quisesse expor a este tipo de formato inegavelmente arriscado em que as citações que apareceriam dele seriam quando muito um terço do texto do «post» de Manuel Correia.
Por fim, só queria deixar o meu desabafo de que esta fórmula «O que é ser comunista hoje?» começa a ficar tão calista como a baptistiana «Onde é que estavas no 25 de Abril?».
Além de conter implícito um «pressuposto de «avis rara» ou de «último moicano» que não tem nenhuma relação minimamente sólida coma realidade.
Aproveito para confessar que eu também sou comunista e não partilho da afirmação seca, se é que alguém de facto a fez de que «ser comunista é ser do partido».
Percebo os pressupostos teórico-ideológicos da afirmação mas é uma visão purista que não devia ser exercitada. Acho-a muito parecida com aquela do «pode-se ser católico e comunista ao mesmo tempo?» que tem uma simplissima resposta :«Sim, pode, quanto mais não seja porque os há e não são poucos, ponto final».
Mas não de Manuel Correia quer pelo seu curriculum acadèmico quer por experiências anteriores de análise dos «media».
O tipo de peça publicada pelo «Publico» pode ser agradável para o jornal e até para a imensa maioria dos leitores.
Mas,é ao mesmo tempo. o tipo de peça em que o mais certo é os participantes não ficarem satisfeitos com as suas palavras que, entre tantas outras ditas, foram escolhidas.
Este é, de certa forma, também o reino dos «soundbytes» impressos e, nesse sentido, eu compreendo perfeitamente que o Secretário-geral do PCP, que tem tantas palavras publicadas sobre os temas em questão, não se quisesse expor a este tipo de formato inegavelmente arriscado em que as citações que apareceriam dele seriam quando muito um terço do texto do «post» de Manuel Correia.
Por fim, só queria deixar o meu desabafo de que esta fórmula «O que é ser comunista hoje?» começa a ficar tão calista como a baptistiana «Onde é que estavas no 25 de Abril?».
Além de conter implícito um «pressuposto de «avis rara» ou de «último moicano» que não tem nenhuma relação minimamente sólida coma realidade.
Aproveito para confessar que eu também sou comunista e não partilho da afirmação seca, se é que alguém de facto a fez de que «ser comunista é ser do partido».
Percebo os pressupostos teórico-ideológicos da afirmação mas é uma visão purista que não devia ser exercitada. Acho-a muito parecida com aquela do «pode-se ser católico e comunista ao mesmo tempo?» que tem uma simplissima resposta :«Sim, pode, quanto mais não seja porque os há e não são poucos, ponto final».
Viva, António Vilarigues.
Que maneira esquisita de escrever. Parece uma lista de endereços web. Apesar de tudo, prefiro o teu estilo dos últimos artigos de o PÚBLICO. Eram mais directos.
Porém, aproveito o pentágono místico da série de "cinco" postes que me -- suponho -- me aconselhas a ler, para te lançar o convite de escreveres no teu blogue o que vem na quinta linha de qualquer livro, à tua escolha, na página 161.
Participa nesta experiência global e não te arrependerás.
========================
Cara Judite Abrunhosa,
estou de acordo com a 2ª parte do seu poste e acompanho-a nas suas reflexões. Nalguns casos, eu não conseguiria dizer melhor...
Quanto à sua entrada (da 1ª parte), não concordo. Não vejo no que é que o CV de alguém pode ajudar em matéria de lucidez.
Todos nós enfrentamos, quotidianamente, os desafios da expressão compactada. Mesmo com os riscos que apontou, temos de ganhar a inteligência de vencer os "modernos" obstáculos da comunicação.
Obrigado pelo seu comentário.
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Que maneira esquisita de escrever. Parece uma lista de endereços web. Apesar de tudo, prefiro o teu estilo dos últimos artigos de o PÚBLICO. Eram mais directos.
Porém, aproveito o pentágono místico da série de "cinco" postes que me -- suponho -- me aconselhas a ler, para te lançar o convite de escreveres no teu blogue o que vem na quinta linha de qualquer livro, à tua escolha, na página 161.
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Cara Judite Abrunhosa,
estou de acordo com a 2ª parte do seu poste e acompanho-a nas suas reflexões. Nalguns casos, eu não conseguiria dizer melhor...
Quanto à sua entrada (da 1ª parte), não concordo. Não vejo no que é que o CV de alguém pode ajudar em matéria de lucidez.
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