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2007-11-11

 

Por qué non te callas?! (2)


Ainda a hora do almoço não tinha soado e já o telefone tocara duas vezes. Outros tantos amigos, monárquicos, reagiam ao meu poste anterior, fazendo questão de lembrar 2 coisas:

1) Que a relação de Espanha com as antigas colónias americanas, depois da guerra de Cuba, foi predominantemente marcada por um grande pragmatismo, uma presença cultural profícua e um equilíbrio admirável no plano diplomático. De onde, as tensões de pendor colonialista que eu insinuo, não se coadunam com as excelentes relações existentes. Quer a Coroa quer o Governo são bem recebidos e considerados em qualquer país da chamada América Latina. Os ressentimentos passaram à história.

2) No quadro dessas excelentes relações culturais e diplomáticas, a irritação do rei, no modo como se traduziu, nomeadamente com a expressão castelhana "Por qué non te callas?!", não assume carácter ofensivo, mas apenas um marcar de posição inteiramente compreensível naquelas circunstâncias. O silêncio de Juan Carlos ou de Zapatero só poderiam ser interpretados como aquiescência. Chávez entalou, por assim dizer, os espanhóis entre um silêncio comprometedor e a manifestação, formal ou informal, de um desacordo que os demarcasse das alfinetadas que infligiu a José Maria Aznar, designadamente os termos com que o apodou (fascista, etc.).

Agradeço os comentários. Devo mesmo acrescentar que estou de acordo com ambos. Suponho, no entanto, que nenhum deles atinge o cerne da posição que expressei no meu poste anterior. Nele sustento, para abreviar, que os títulos não se devem confundir. Nem nas cimeiras, nem nos media. Porquê? Porque se um "pedido" de Sua Real Majestade é (em geral) uma "ordem" para os seus súbditos, numa cimeira, entre chefes de estado, a precedência monárquica perde qualquer estatuto de excepção. Dito isto, o que fica para apreciar é uma troca de propósitos informal, à revelia da boa ordem dos trabalhos que a presidência da cimeira deveria coordenar, dando ou retirando a palavra aos participantes.

A confusão verbal entre títulos (pedir ou mandar?) não deve prolongar-se na confusão entre estatutos.

A reacção do Rei e do 1º Ministro de Espanha, são compreensíveis.

A simpatia dos media pelos apartes reais em desfavor dos apartes populares, já me deixa de pé atrás. Não me parece que o favorecimento de uma das partes acrescente, um mícron que seja, ao equilíbrio dos critérios no exercício de informar.

Comments:
Decididamente, a raça humana descende do chimpanzé! Ao ver com atenção Hugo Chavez, não tenho qualquer dúvida!
 
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