2007-12-21
Descompassados (9)
1. Nuno Azinheira escreve, no DN de hoje, um apontamento sobre a "despedida" de Nuno Santos, que sai da RTP1, regressando à SIC. "Está a ser muito difícil a despedida" é o título.
Aconselho uma leitura atenta da peça (não é muito comprida). Deve ser antologiada. A actualidade, o interesse e a pertinência, são indiscutíveis. O "jornalismo de referência" está a chegar a patamares de exigência insuspeitados.
2. Ferreira Fernandes discorre sobre o putativo provincianismo do 1º Ministro. Na sua ideia, Sócatres, "Afinal é menos provinciano do que diz" . Será? Deixaria de o ser só por ter oferecido um GPS a cada membro do Governo? Ora aí está um bom tema de discussão para a noite da consoada. Enquanto os reis magos se guiavam por aquela grande estrela que resplandecia sobre a Galileia, os ministros deste governo poderão fazer excursões ao interior (sem se enganarem no caminho) e testemunhar a desertificação acelerada a que foi submetido o Portugal profundo. Nenhum deles quereria ir viver para qualquer daquelas terras onde a escola e o centro de saúde fecharam. Nesse sentido, Sócrates é mais provinciano do que parece. Dum provincianismo profundo! Aliás, só assim se compreende a ideia de um GPS por cada ministro...
3. "Cavaco Silva só concedeu seis indultos" . A locução adverbial acentua a impressão de escassez. De facto, dos 617 pedidos que lhe chegaram, o Presidente da República, ao conceder o menor número de indultos dos últimos 11 anos, está a fazer prova de uma austeridade impiedosa. Será porque não tinha gravatas para todos?
4. Congratulo-me com a nomeação de Raimundo Narciso para um dos "Cinco escritores da liberdade".
"Escritor da Liberdade" confere um estatuto especial ao autor, e o galardoado veio já, com moderada timidez e irónica modéstia, dizer-nos que aceitou.
Fez bem. O principal fundador e animador do Puxa-Palavra estava mesmo a necessitar da afortunada distinção. Quanto mais não fosse, para compensar aquela carta inamistosa que recebeu do "Ferroviário do Barreiro".
2. Ferreira Fernandes discorre sobre o putativo provincianismo do 1º Ministro. Na sua ideia, Sócatres, "Afinal é menos provinciano do que diz" . Será? Deixaria de o ser só por ter oferecido um GPS a cada membro do Governo? Ora aí está um bom tema de discussão para a noite da consoada. Enquanto os reis magos se guiavam por aquela grande estrela que resplandecia sobre a Galileia, os ministros deste governo poderão fazer excursões ao interior (sem se enganarem no caminho) e testemunhar a desertificação acelerada a que foi submetido o Portugal profundo. Nenhum deles quereria ir viver para qualquer daquelas terras onde a escola e o centro de saúde fecharam. Nesse sentido, Sócrates é mais provinciano do que parece. Dum provincianismo profundo! Aliás, só assim se compreende a ideia de um GPS por cada ministro...
3. "Cavaco Silva só concedeu seis indultos" . A locução adverbial acentua a impressão de escassez. De facto, dos 617 pedidos que lhe chegaram, o Presidente da República, ao conceder o menor número de indultos dos últimos 11 anos, está a fazer prova de uma austeridade impiedosa. Será porque não tinha gravatas para todos?
4. Congratulo-me com a nomeação de Raimundo Narciso para um dos "Cinco escritores da liberdade".
"Escritor da Liberdade" confere um estatuto especial ao autor, e o galardoado veio já, com moderada timidez e irónica modéstia, dizer-nos que aceitou.
Fez bem. O principal fundador e animador do Puxa-Palavra estava mesmo a necessitar da afortunada distinção. Quanto mais não fosse, para compensar aquela carta inamistosa que recebeu do "Ferroviário do Barreiro".