2007-12-08
A Igreja católica e o sexo
O celibato obrigatório é uma brutal violência imposta pela Igreja aos padres. Ele foi a causa de alguns dos maiores escândalos da Igreja. Com o generalização das governantas em casa dos párocos de aldeia e da respectiva prole de «afilhados» e «sobrinhos» no século XIX e primeira metade do sec XX. Da generalização do abuso de crianças e da pedofilia, vindo a lume, nos EUA, em anos recentes. Para já não falar da luxúria e hábitos desbragados que tornaram célebres certos papas e a Curia Romana.
O celibato obrigatório, por muitos tido por absurdo, também esteve e está na origem da desmobilização de muitas "vocações" sacerdotais.
Vem isto a propósito das opiniões do padre e do filósofo Anselmo Borges e que leio sempre com a merecida atenção. Um extracto do seu artigo A IGREJA CATÓLICA NO LABIRINTO DO SEXO no DN de hoje:
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"Uma razão fundamental do mal-estar em relação à Igreja provém da sexualidade. Desde o século XVIII, muitos terão iniciado o seu abandono, porque concretamente a confissão, patologicamente centrada no pecado sexual, esmiuçado até à exaustão, começou a ser sentida como invasão indevida da intimidade e ferindo inclusivamente os direitos humanos.
A Bíblia contém, dentro da literatura mundial, um dos mais belos hinos ao amor erótico: leia-se o Cântico dos Cânticos. Desde o início, no Génesis, se diz que a sexualidade é dom de Deus. Segundo a Bíblia, o ser humano não está dividido em corpo e alma, pois forma uma unidade. Na perspectiva cristã, o corpo não é desprezível, pois o próprio Deus assumiu a humanidade corpórea."