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2008-01-09

 

Ficamos ontem a saber que não há Referendo

Não me parece que tenha sido uma grande surpresa esta decisão de José Sócrates.

Admito ter havido alguma hesitação e dúvida. As pressões internas e externas dissiparam tudo isso e fizeram inclinar a balança para o "Não" do governo ao referendo.

Não deixa esta posição, contudo, de ser contabilizada como mais uma quebra de uma promessa eleitoral.

Com esta, em minha opinião, pudemos bem, pois daí advêm poucos males ao mundo. Com outras, a situação foi diferente, pois entraram-nos em casa.

Perde-se, talvez, uma "oportunidade" de discussão sobre a Europa, embora seja exactamente aqui que se radica o meu grande cepticismo da necessidade do REFERENDO.

Será que haveria mesmo uma profunda discussão sobre a Europa, ou antes um canalizar da "refrega política" para os problemas internos do País?

Não tenho dúvidas de que estes últimos constituiriam o centro do debate e como tal o conhecimento da Europa ficaria exactamente como está, no mesmo.

Este nosso País precisa de uma discussão profunda e alargada sobre a Europa tanto quanto sobre o País.

Mas, nunca se fará em referendos, se não houver um ambiente e um veículo de informação e de confronto de posições sobre o futuro da Europa. E, a propósito, saiu já há alguns meses um livro acessível (em preço e texto) "O Futuro da Europa reforma ou declínio" que vale a pena ler.

Comments:
Não sabia que havia promessas de primeira e promessas de segunda mas o João Abel lá sabe e deve também achar que a alienação de soberania é coisa de somenos. Eu não acho.
 
Não valorizo, de facto, as promessas venham de onde vierem, de igual modo. A mim e, certamente a muitos mais, tocou mais a quebra da promessa do aumento de impostos, do que esta, tanto mais descrescente como expressei de que o Referendo conduzisse a um maior conhecimento das questões europeias, embora entenda que há entre nós um muito fraco conhecimento formação da questão. Quanto à alienação da soberania
é mesmo uma questão mais do que ultrapassada. Esse passo já foi dado há muito, não sendo a sobrerania, em meu entender, uma conceito estático no tempo.
João Abel de Freitas
 
Muito boa tarde!!
Permitam que discorde quanto ao facto de esta promessa eleitoral não nos entrar porta adentro como tantas outras... Chamo a vossa atenção para a alínea d), artigo 2º-B do Título I "Domínios e categorias de competência da União". Nela diz-se que a conservação dos recursos biológicos do mar passarão a ser da competência exclusiva da União Europeia. Ora, estando toda a gestão das pescas da UE intimamente ligada e dependente da sua conservação (por razões de natureza biológica, pelo menos em teoria), uma é indissociável da outra. Até quando seremos livres de comprar umas belas sardinhas frescas no mercado da Ericeira? Será que o futuro passa pelo produto embalado à venda numa grande superficie? Aquelas sardinhas frescas certamente que deixarão de pingar no pão por terem de passar pelo aval de Bruxelas...
Aproveito a oportunidade para vos convidar a visitar um blog especialmente dedicado a estes assuntos do mar: www.mareotratadodelisboa.blogspot.com
Com os melhores cumprimentos,
Ricardo Lacerda
 
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