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2008-01-24

 

Pela nossa saúde (2)

Saltita, aqui e acolá, no argumentário dos defensores da política de cortes do governo, que os media estão a dar uma imagem distorcida da realidade, fazendo passar, à frente do discurso político em que os membros do governo poderiam justificar as suas medidas e iniciativas, reportagens que o desfavorecem (filas de espera, feridos por atender, crianças e velhos que morrem em circunstâncias por esclarecer).

Contudo, se olharmos para as distribuições dos "tempos de antena" de cada actor político no ano transacto, os números configuram uma realidade claramente oposta às pretensões dos queixosos.

José Sócrates, por exemplo, foi o mais beneficiado de todos. Nos serviços noticiosos da RTP1, RTP2, SIC e TVI foi objecto de 1195 notícias em que interveio na primeira pessoa, somando mais de 50 horas de duração. À frente do Presidente da República que averbou cerca de metade do tempo a que o 1º Ministro teve direito, e deixando todos os outros a uma estimável distância.

Quando, em falta de argumentos consistentes, os apoiantes do Governo se põem a atirar para os media a culpa de os portugueses reagirem mal às políticas do governo, estão, como se depreende da leitura dos gráficos aqui reproduzidos, a tapar o sol com uma peneira.

Se à contabilização dos tempos, juntarmos a distribuição da presença de cada figura institucional pelos principais canais generalistas, o panorama não se altera. O Governo goza de uma larga cobertura, com maior incidência no prime time.

À riqueza da imaginação de que dão prova, só falta um pequeno e anódino elemento: a verdade. O 1º Ministro, os restantes membros do Governo mailos simpatizantes conjunturais, ocupam o espaço mediático desproporcionadamente.

Se, apesar disso, os protestos ainda se fazem ouvir, é porque as políticas, o desempenho de alguns ministros, e o estilo de governação, têm sido de gritos!



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