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2008-01-25

 

Pela nossa saúde (4)


Vale a pena ler o dossier sobre o mapa das urgências e outras questões correlacionadas, que a revista Visão organizou na última edição. Dados e depoimentos fazem a demonstração de que Correia de Campos (e o Governo, claro!) estão com mais pressa em encerrar e cortar do que em acautelar e ponderar esta coisa tão trivial que é a aflição dos que carecem de apoio médico urgente.

Aqui mesmo ao lado, o nosso vizinho João Tunes do Água Lisa(6) desarrinca um poste particularmente interessante sobre as políticas do Ministério de Saúde para as urgências. Título: "Pela nossa saúde entregue ao génio incompreendido". Para além do mais, faz, em simultâneo, uma recensão de outras contribuições esclarecedoras, a começar pela comparação entre a Galiza Interior e Trás-os-Montes e Alto Douro em matéria de rede hospitalar e serviços de saúde.

Comments:
Não atirem as culpas para cima do Correia de Campos. O verdeiro responsável pelo caos criado no SNS é o primeiro-ministro José Sócrates.
 
José Sócrates <=> Correia de Campos <=> Ministério da Saúde <=> Governo <=> PS. Ou seja: Bonnet Blanc <=> Blanc Bonnet.

Preciosismos.
 
"O verdeiro responsável pelo caos criado no SNS é o primeiro-ministro José Sócrates."

Talvez... mas se calhar, é também um bocadinho... vá lá, bastante... ok! muito (e não se fala mais disso!) de quem votou nele.
Mas talvez não. Ainda tenho "esperança" de que os serviços secretos sejam capazes de "produzir" um qualquer obscuro funcionário público que, ele sim, seja o culpado de tudo, mas mesmo tudo!
 
Este triste exemplo, de tão claro, quase diria fotográfico, do "país real" e não do país que aparece nas estatísticas, é esclarecedora da diferença entre um país com superavit (espanhol) por contraponto ao nosso déficit.

Claro que não é só "isto". Os serviços públicos espanhóis (incluindo obviamente a saúde), além de muito bem organizados, têm como público alvo (como dizem os maketeers) O CIDADÃO.
Isto faz, de facto, TODA A DIFERENÇA.

No periodo de verão, nos centros de saúde dos locais com mais turismo (incluindo turismo interno), resolvem o dito problema de sazonalidade com o reforço de médicos e demais pessoal para atender os "desplazados"; i.e. os que, estando de férias, não podem ir ao seu centro de saúde.

Em Portugal ainda estamos com os problemas que Felipe Gonzalez resolveu há mais de 20 anos.

Além disso, NUNCA nenhum governo nos disse a verdade - N Ã O, ñão é um problema exclusivo deste governo; nunca nos disseram que, com os descontos avultados que saíam dos nossos ordenados e com todos os impostos que pagamos, NÃO teríamos pelo menos cuidados primários aceitáveis; que há 30 anos deveríamos ter contratado seguros de saúde (mesmo os que os tinham na empresa, acabam quando da reforma), seguros esses que, quando chegássemos aos 65/70 anos, de nada nos valeriam porque receberíamos então uma carta da seguradora a rescindi-los.

Como somos por natureza líricos e pouco lúcidos - depois logo se vê -estamos assim, nisto.
 
A reportagem da Visão é bem o exemplo da demagogia e das meias verdades, do sensacionalismo e do interesse de vários protagonistas em não permitirem qualquer reforma, é superficial e falsa. A galope o Francisco não informa dá opinião. Não diz que os pontos de rede não estão aprovados, não diz que as tais "urgências" encerradas nunca o foram, não fala dos hospitais faz de conta, dos serviços que operam uma pessoa por dia, dos SAPs com um médico e um enfermeiro, etc. Aos que gostam de opinar com informação recomendo um excelente artigo do Sol sobre o Hospital de Faro e as declarações de Isabel Vaz, do BES no programa da SIC "Negócios da Semana" onde desmonta os interesses dos privados em qualquer verdadeira urgência e apelida a reforma do sistema de procura da qualidade asssitencial.
 
Ah!, grande Avicena!
Pior do que não ler um texto é lê-lo a correr, deitando tudo fora sem sequer se ter detido nos depoimentos de gentes especializadas que lá deixaram a sua opinião.
Se o objectivo é desinteressar eventuais leitores da Visão, deixe estar. Não vale a pena. Este trimestre vai ser muito revelador.
 
Obrigado a todos pelos comentários. Basicamente, o problema do SNS em Portugal (configuração constitucional) coloca-se do seguinte modo. O Governo desinveste; a cultura e a perspectiva profilática são fracas; o acompanhamento clínico é débil; o imediatismo financeiro de quase todos os agentes envolvidos é vertiginoso. Logo, uma grande percentagem de gentes que poderiam ser acompanhadas sem sobressaltos, só se apercebe da gravidade do seu estado de saúde na emergência de uma crise. Daí o enviesamento das urgências. Isto liga-se com o comentário de Avicena, relativamente ao SU do Hospital de Faro. Nesse aspecto estou de acordo. No restante, comungo, com R.Reis, da crítica quanto ao "dossier" da Visão. Há lá muito mais do que Avicena refere.
Quanto à comparação que o Besugo (citado por João Tunes, no Água Lisa(&)) faz da Galiza interior com Trás-os-Montes e Alto Douro, há a juntar-lhe o défice da regionalização. Nuestros Hermanos, para o melhor e para o pior, sabem onde fica Castela.
 
Penso que lírios somos alguns, os do campo , aqueles para os quais nos mandam não olhar... a lucidez acompanha-nos sempre quando olhamos para o nosso umbigo e repetimos à exaustão, o olhar para o lado e termos a ilusão de que estamos perto ... e no entanto , custe o que custar olhamos para diferenças com algumas pinças nos olhos, porque queremos pertencer onde alguns dos nossos estão...
cordialmente
 
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